Segurança em perigo: BM registra perda constante de PMs e efetivo atual é 30% do necessário

A segurança pública é um dos fatores mais importantes e, Alegrete vive, atualmente, o momento mais crítico.

O município que conta com a maior extensão territorial dentre todas as cidades dos três Estados que compõem a Região Sul do País. São 7.800,428 km² de área, com mais de 73 mil habitantes é a 25ª cidade do Estado em índice populacional.

Tem mais de 4500 km de estradas vicinais e aproximadamente 8 mil pessoas vivendo na zona rural. Em se tratando de Segurança Pública, mais especificamente Polícia Militar, é uma das cidades com maior defasagem de efetivo, senão a pior do Estado nesse quesito.

Isso, impossibilita a Brigada Militar de Alegrete de atender todos os chamados quando solicitados via 190, e torna impossível fazer o policiamento preventivo/ostensivo que é a sua missão precípua prevista no parágrafo 5º do art 144 da Constituição Federal.

Sendo que, a Brigada Militar possui 50 Batalhões, 07 Regimentos, 06 Batalhões de Choque, 03 Batalhões Rodoviários, 03 Batalhões Ambientais, além dos órgãos e Departamentos Administrativos, o que demonstra matematicamente que a BM possui em torno de 57 unidades operacionais com responsabilidade territorial enquanto que por ser o 25 maior município em índice populacional, refletindo assim que existem aproximadamente 32 municípios com população menor que Alegrete que possui sede de unidade operacional da BM (Batalhão ou Regimento).

O efetivo valente que ainda resta, luta diuturnamente tentando impedir que o caos se instale na cidade, cada um fazendo o trabalho de dois ou três. O resultado de tanto esforço é um efetivo desgastado por tamanha sobrecarga e isso influencia diretamente no psicológico e na tomada de decisão em situações de risco.

Além disso, destacando o que já foi retirado do Município pode-se citar: Patrulha Escolar, Patrulha Montada, Patrulha Comunitária, Canil e Grupo de Operações Especiais e, depois de um longo período em que a Zona Rural ficou à mercê dos criminosos, recentemente foi recriada de maneira precária a Patrulha Rural retirando da escala ordinária 06 (seis) militares, no entanto, estes policiais fazem falta para o policiamento na zona urbana, é como diz o jargão popular do cobertor curto onde “se destapa os pés para cobrir a cabeça”, assim como, recentemente também, houve a reinstalação do Proerd.

Dentre as 27 cidades mais populosas do Estado, Alegrete é a única cidade que não é sede de Batalhão da Brigada Militar, a exemplo de Frederico Westphalen que tem menos que a metade da população Alegretense e é sede do 37º Batalhão de Polícia Militar e, Santana do Livramento que é uma cidade que se assemelha a Alegrete em número de habitantes, a Brigada Militar conta com um número de efetivo três vezes maior. Outro exemplo é São Gabriel, que tem uma população bem menor e o dobro de efetivo, sendo que, Santiago também é a mesma situação, embora seja um Batalhão o que é uma grande diferença para a cidade, o efetivo é muito superior.

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O que também, pode-se levantar, é a questão do motivo que nenhuma ação foi realizada com um engajamento muito ostensivo para que o Município pudesse ter o seu batalhão e, desta forma, muitas outras oportunidades para os policiais militares e um efetivo que pudesse corresponder com a realidade da cidade. Os que , aqui estão, são verdadeiros heróis. Sem contar que há possibilidade de mais perdas.

Um outro fato curioso é que Uruguaiana onde já havia um Batalhão da Brigada Militar (1º Batalhão de Àrea de Fronteira) com aproximadamente 150 policiais, no ano passado, foi instalado um segundo Batalhão (6º Batalhão de Choque) com outros policiais e, segundo noticiado pela imprensa, atenderia toda a região.

Daí surge uma importante indagação, qual foi o critério usado para definir a cidade sede?

Em termos geográficos Alegrete seria estrategicamente o local ideal, uma vez que em caso de crise a tropa poderia se deslocar para qualquer uma das cidades da região com maior brevidade e ainda minimizaria o problema de falta de efetivo local.

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Além disso, o Estado não despenderia recursos para instalação do Batalhão, já que Alegrete tem o Quartel das Pedreiras com área construída de 566m² num terreno de 3,6 hectares, estande de tiro e amplo espaço para treinamentos, tudo isso desocupado e que poderia servir para tal fim.

Em contato com Major Anibal Silveira, comandante do 2º Regimento de Polícia Montado, ele descreveu que o problema de efetivo é algo que ocorre em todas as regiões, algo crônico. Entretanto, o Comando está enviando suporte para o Município, isto falando em relação ao efetivo que vem de Uruguaiana, quando possível, por meio do 6º Batalhão de Polícia de Choque e também com a Força Tática de Santana do Livramento. Além disso, ainda, dentro do que é permitido há disponibilidade de horas extras para o efetivo de Alegrete.

Já o Prefeito Márcio Amaral, comentou que, na posse da nova Delegada, Daniela Barbosa, na presença do Chefe de Polícia do Estado, aproveitou para chamar a atenção sobre este problema. “Mesmo que seja da Polícia Civil e o nosso maior problema é a Brigada Militar, é um representante da segurança pública que precisa ficar sabendo disso. Mas, também, é o momento pra chamar a atenção da população para que, nessa eleição votassem em pessoas que tivessem compromisso com a nossa cidade, porque infelizmente as pessoas não se preocupam com isso e acabam votando em ex-jogadores, artistas, ou qualquer outro famoso(a) de rostinho bonito, mas que não possuem vínculo nenhum conosco e com nossas demandas. A verdadeira causa deste problema se chama falta de força política. Podem dar outros nomes, mas eu posso afirmar que é a principal” – citou.

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