Usuários reclamam da falta de conservação das paradas de ônibus de Alegrete

Usuários do transporte coletivo de Alegrete reclamam das paradas de ônibus na cidade.

A situação foi conferida pela reportagem que verificou vários pontos centrais da cidade com grande fluxo de passageiros e alguns locais que inexistem abrigos, além de outros afastados do centro da cidade.

Em muitos bairros, as paradas não possuem proteção ou iluminação, o que deixa passageiros vulneráveis a assaltos.

O vandalismo é um dos principais problemas levantados pela diretoria de controle e fiscalização de transporte. Em 2015, uma reportagem constatou a situação dos abrigos.

Na época, muitos pontos já apresentavam deficiência e ofereciam riscos aos usuários que se sujeitavam a condições nada favoráveis para embarque e desembarque dos coletivos.

“A gente passa o maior trabalho. Para subir e descer do ônibus é um sacrifício. Isso quando o motorista não arranca com a gente descendo”, protesta um senhor de 57 anos, morador do bairro Saint Pasteur.

De 2015 para cá, pouca coisa mudou. Algumas ruas foram pavimentadas e os abrigos lá continuam no mesmo estado registrado pela reportagem feita há cinco anos.

Em dois populosos bairros, moradores consertaram os estragos em duas paradas. No bairro Vila Nova um líder comunitário construiu uma bancada de concreto com assentos de madeira, após um carro atingir a parada.

Já na Vila Piola a comunidade ganhou uma nova e reformulada parada feita por um morador, que arrumou desde a calçada para embarque e desembarque de passageiros.

 

“Tem lixo por todos os lados e o abrigo é pré-histórico. O meu pai vem todos os dias me trazer na parada. Sozinha não me animo”, revela uma estudante de 17 anos que usa um abrigo na avenida Tiaraju.

No centro da cidade, uma senhora com duas sacolas de supermercado atravessa a rua e senta no portão de uma residência. “A gente não tem lugar onde aguardar o coletivo. Sempre foi assim aqui. Dia desses um senhor desmaiou no solaço ali”.

 

A crítica da usuária de 51 anos, faz sentido. A parada na rua Coronel Cabrita, quase Joaquim Nabuco, não existe. O ponto é figurativo, apenas uma placa indica a parada. Em frente a porta de um depósito de supermercado esperar o ônibus ali depois do meio dia é um calvário. No período da tarde os passageiros atravessam a rua para se protegerem do sol.

No município, a estimativa é de 120 abrigos, entre antigos com folhas de zinco e os amarelinhos. Porém, segundo Rosemari Martins, Diretora de Controle e Fiscalização de Transporte, muitos abrigos sofrem ação de vandalismo e estão em situações precárias. Diversos pontos são de acessibilidade zero, sem contar o desnível entre o degrau de embarque e a parada.

 

Na medida do possível, os abrigos passam por restauração e outros carecem de reparos. Conforme a diretora, alguns abrigos estão sendo retirados em virtude do remanejamentos de linhas e itinerários, uma vez que com o novo Plano Diretor os coletivos vão trafegar apenas em ruas asfaltadas.

O secretário de segurança e mobilidade, Luciano Pereira, argumenta que não há em curto prazo um projeto de revitalização ou implementação de novos abrigos. Não bastasse o descaso com os usuários, problemas de falhas mecânicas nos coletivos e atrasos em linhas têm prejudicado ainda mais os passageiros que usam o transporte coletivo de Alegrete.

Júlio Cesar Santos