A Covid não cessa os óbitos e é uma incógnita a reação em cada infectado

Alegrete chegou a 267 mortes em decorrência da Covid-19. A pandemia que já teve várias nuances se mantém implacável e ceifa vidas de forma, muitas vezes, enigmática. São 30 óbitos relacionados ao vírus em 20 dias de junho.

O novo coronavírus se mostrou avassalador e muitas pessoas destacam que a empatia, uma das palavras mais usadas nesses últimos tempos, seria a grande responsável por ensinar muitas pessoas o verdadeiro significado da  essência da palavra,  porém isso tem acontecido de forma muito discreta,  pois, embora haja a vacina e a situação esteja em tese mais amena, se colocar no lugar do outro ainda é um dos maiores desafios. São muitas pessoas positivadas que circulam de forma “normal” em vários estabelecimentos,  com o pensamento que será uma saidinha rápida,  por esse motivo,  se posicionam como se não oferessem risco iminente à contaminação de outros.

Dores, sofrimentos, comemorações e superações. Atualmente, segundo o último Boletim Epidemiológico, no Município, são 11.306 casos confirmados, com 10.861 recuperados e 178 ativos.

Portanto, são mais de 11 mil pessoas que passaram por muitas fases,  destas, há histórias de famílias que foram dizimadas pelo vírus,  famílias que superaram a Covid com fé e todo suporte médico do Município, aqueles que foram assintomáticos e os 263 que, infelizmente, perderam a batalha para doença.  Não há, nem ao menos um padrão,  o vírus é uma loteria em cada organismo e muitos sofrem às sequelas.

 

Muitos casos graves da doença, que exigiram internação e UTI, tendem abalar mais o organismo a longo prazo. Mas a verdade é que os episódios leves também podem deixar marcas prolongadas.

De maneira geral, as principais manifestações do pós-Covid relatados até agora são: fadiga; falta de ar; dores de cabeça; dores musculares; queda de cabelo; perda de paladar e olfato (temporária ou duradoura); dor no peito; tontura; tromboses; palpitações; depressão; ansiedade; dificuldades de linguagem; raciocínio e memória.

De acordo com muitos especialistas, o mal-estar e queixas como dores de cabeça e perda de olfato tendem a se resolver sozinhos. Agora, se o incômodo é intenso, o ideal é procurar atendimento médico. Pois dá para conter os danos e intervir antes que algo pior aconteça.

Sendo assim, fica a pergunta: nesta pandemia você teve um olhar de compaixão e amor?

Essas palavras têm um contexto muito amplo. O amor em suas mais peculiares formas, desde a simples decisão de sair de casa para trabalhar e fazer do ofício, por absoluta necessidade, demonstrar aos amigos, filhos, pais e à pessoa que está ao seu lado o quanto são indispensáveis e que amar, liberta, traz saúde, serenidade e sapiência.

 

As pessoas precisam despertar para o relevante e o importante. A pressa de viver e fazer, muitas vezes são inimigas dos detalhes e da essência…da base. De nada adianta ter celeridade se ela não permite que haja tempo para viver. Há mais de um ano, se fala em solidariedade e empatia, que esses sentimentos possam realmente aflorar, mesmo em um período que quase metade da população de Alegrete já está vacinada com a primeira dose, pois a vacina é um das mais eficazes ações contra a Covid-19, mas não é 100% segura e ainda não significa o fim dos cuidados e protocolos já conhecidos. Que todos mantenham os cuidados, não apenas por si, mas por todos que amam, para que a despedida não seja uma opção, não de forma que ainda pareça ” estupida” por ser violenta e não permita, na maioria das vezes que haja pelo menos, o último adeus. Sem cerimônia, sem despedida e sem ter ingerência ao que o vírus pode provocar no organismo e dilacerar famílias pelas perdas.

A prevenção, ainda é um grande aliado e essencial.  A pandemia não acabou.

Flaviane Antolini Favero