Aldemar Domingues, o Bahia do Alegrete

Uma figura, uma personalidade, um ser humano acima da média. Assim pode se dizer do alegretense Aldemar Domingues, o Bahía.

O alegretense é uma figura muito conhecida tanto na comunidade como no meio político, e quiçá no carnaval de rua de Alegrete.

Bahia, como é carinhosamente chamado por todos que o conhecem, nasceu em 16 de setembro de 1941, numa terça-feira, quatro dias antes da data magna da Revolução Farroupilha. Ele é filho de Nôema Domingues e irmão de Mara Ivone, Maria Eulalia (Dulaia), Luiz Carlos (Caximbo), Ivanir Pinheiro (Doca) e Izar Beremice. Bahia é também pai de Cibele.

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Aldemar casou-se com Nelza Mariza, e dessa união nasceu Daniela Domingues, uma filha pela qual ele nutre um amor incondicional, acompanhando seus passos até a idade adulta. Atualmente, Daniela é conselheira tutelar, e o pai sempre foi seu fiel escudeiro, o braço forte na vida profissional.

Bahia, agora aos 82 anos, reside no coração do bairro São João, recebendo carinho e cuidado da família 24 horas por dia. Como avô do Aldemar, Quelen Neli, Saulo e Théo, os dois últimos são os pupilos da vez, carinhosamente apelidados pela mãe como os Tililicos. Bahia se sente jovem ao lado dessa dupla.

Com mais de oito décadas de muita história, Bahia é uma pessoa que todos precisam conhecer. Bom de papo, ele conversa sobre assuntos variados e brinca – “Júlio, tu não vai fazer um livro”, diz ele. Afinal, Bahia tem laços familiares com meus familiares, então o papo flui com naturalidade, mas é preciso seguir a pauta.

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No entanto, ele adverte: “Não podemos esquecer da minha ligação com meu grande cunhado, amigo e parceiro de jornadas, Luiz Carlos dos Santos, o Ratinho”. Domingues transformou sua infância difícil em degrau para formar sua personalidade forte, mas ao mesmo tempo gigantescamente meiga e caridosa, sempre buscando colocar os ensinamentos da Dona Nôema em ação para auxiliar o próximo.

Na juventude, descobre suas duas grandes paixões: o Carnaval, com sua participação na Nós os Ritmistas, e o Futebol. O ex-porteiro da Santa Casa de Alegrete se destaca como um grande dirigente em ambos os segmentos, visando popularizar o futebol amador da cidade e as escolas de samba, que inicialmente foram “marginalizadas” pela população.

Apesar dos desafios, Bahia não se deixa abater. Sua tradicional escola de samba adormece, surgem novos desafios na LAF e no cenário político municipal, onde ele ganha notoriedade e respeito até mesmo de seus adversários políticos.

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Uma história mágica se desenha na vida de Seu Aldemar. Em 2010, seu amor maior pelo carnaval retorna, e em 2023, Bahia, a notoriedade do município, conquista novamente o título do carnaval. O desfile épico o consagra campeão do novo carnaval de rua de Alegrete, ovacionado em um carro alegórico da Pioneira.

Hoje, aos 83 anos, ele se dedica a cuidar dos netos, desfruta de raros passeios com a filha e esposa. Colorado da gema, Bahia é uma figura marcante por onde passa, uma pessoa da gente, como ele mesmo atendeu o primeiro telefonema da reportagem. A entrevista, intermediada pela filha Daniela, revela o orgulho que ela sente pelo pai. Os Tilicos não deixam o vô por um segundo. Assim, Aldemar segue rumo aos 83 anos, rodeado de carinho e muito amor.

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José Atílio Pires da Silveira

Lembro de Bahia na portaria da Santa Casa de Caridade no horário da abertura para as visitas. Para mim, que sou negro como ele, Bahia foi uma forte inspiração de que podemos ocupar lugares importantes no dia-a-dia de nossa cidade, estado, país. Obrigado por seu belo exemplo de vida Bahia!