Assembleia Legislativa aprova programa de escolas cívico-militares no RS

A Assembleia Legislativa aprovou, na última terça-feira (9), o projeto que autoriza o governo a instituir o Programa Estadual de Escolas Cívico-Militares no RS.

Porto Alegre, RS. 09/04/2024. Sessão Plenária. Plenário 20 de Setembro. Fotos: Lucas Kloss / ALRS.

Em uma sessão tensa, com galerias tomadas por apoiadores do modelo e professores contrários à medida, além de um debate intenso entre parlamentares no campo ideológico, o placar foi de 30 votos favoráveis e 14 contrários.

O deputado Delegado Zucco (Republicanos), proponente do texto como líder de sua bancada, comemorou a aprovação, que cria, conforme ele, um modelo nos moldes do que acontece em outros estados como Paraná, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Neste último, o projeto foi encaminhado ao parlamento pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Matteus é o último líder do BBB24

Zucco entende que a revogação do programa em âmbito nacional pelo atual governo federal, em julho do ano passado, deixou as escolas que ainda seguem o modelo “órfãs de uma legislação”, a qual passará a ser fornecida, caso o governador Eduardo Leite (PSDB) sancione esta medida.

O parlamentar diz que não haverá obrigatoriedade à adesão de escolas estaduais e municipais, mas aquelas que desejarem participar seguirão essas diretrizes com “ampla consulta à comunidade”, por meio de consulta pública.

Para ingressar no programa, as escolas deverão, preferencialmente, atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, apresentar baixos índices de fluxo escolar e baixos índices de rendimento escolar.

Segundo Zucco, atualmente o RS conta com 26 escolas estaduais e 60 municipais que adotam o modelo. “Os municípios aderiram bastante ao programa e uma novidade é que o projeto permite a utilização de guardas municipais do modelo cívico-militar”, explica o autor do texto.

“Se tiverem oportunidade, não deixem passar” – ensina músico de Alegrete, atualmente no Paraná

Os agentes das guardas municipais se juntam aos brigadianos e militares da reserva, que podem atuar como monitores.

Parlamentares contrários ao projeto definiram-no como ilegal. Foi o caso de Sofia Cavedon (PT), que mencionou que o modelo não está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; além disso, relembrou que o Tribunal de Justiça do RS acatou ação movida pelo Cpers-Sindicato e suspendeu a instalação.

“Não há base legal para este modelo. Educação é educação, ação militar é ação militar, elas não devem estar juntas”, disse a deputada. Ela ressaltou que a escola pública precisa de “pluralidade, liberdade e democracia”.

Ação conjunta da PRF intercepta comboio de contrabandistas com 26 mil maços de cigarros na 377

Esse entendimento foi compartilhado pelo Cpers, que tinha representantes nas galerias com cartazes contendo os dizeres “Não ao PL 334/2023” e “Escola não é caserna”.

Na visão dos sindicalistas, as escolas cívico-militares são “reconhecidas por adotarem um modelo autoritário e disciplinador, no qual militares têm influência direta sobre o ambiente educacional.

Fonte: Felipe Nabinger Foto: Lucas Kloss

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários