CAAL desenvolve projeto para reaproveitar sílica da queima da casca de arroz

Arroz, casca, energia, cinza e sílica – uma rota para aproveitamento total.

Laboratório da CAAL indústria
Laboratório da CAAL indústria

Desde que foi fundada em dezembro de 1977, o arroz sempre foi o principal produto comercializado pela cooperativa, gerando impurezas e resíduos industriais após o seu beneficiamento. Com o passar do tempo a CAAL viu nestes subprodutos uma oportunidade de aproveitamento, dando um destino mais nobre, por exemplo, através do uso em rações, que foi o embrião da CAAL Nutrição Animal que é, hoje uma referência na região. Porém, a casca de arroz que sobra após o descasque era um resíduo difícil de dar o destino correto, sendo jogada nos campos e se decompondo, gerando poluição ambiental além de um pesado esforço para transportar toneladas de casca diariamente. Para resolver esta séria questão a CAAL transformou o que era problema em solução.

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Indústria da CAAL - Alegrete
Indústria da CAAL – Alegrete

A casca de arroz, que antes era um sério passivo ambiental, tornou-se combustível para a Usina Termoelétrica da Cooperativa, abastecendo toda a planta industrial com o excedente comercializado através do Sistema Nacional. Hoje, além da energia humana canalizada através de ideias e esforço físico, a CAAL consome eletricidade quase na sua totalidade proveniente de fontes renováveis.

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O sol também é aliado da empresa na preservação do meio ambiente através da usina solar que abastece outras unidades da cooperativa. As usinas sustentáveis da CAAL são a prova de que se reinventar faz bem para o meio ambiente e para o balanço contábil de uma organização empresarial.

Laboratório da CAAL indústria
Laboratório da CAAL indústria

A usina de geração da CAAL utiliza filtros de manga para reter os particulados, sendo lançado no ar praticamente apenas vapor. Alguma fumaça mais escura que se vê, muito raramente, é quando a planta de geração está em manutenção, mas por breves períodos. Todos os procedimentos são licenciados e auditados regularmente pelos órgãos ambientais.

A cinza da casca de arroz, também produzida pela indústria, é um resíduo de difícil manipulação, difícil transporte e baixo valor agregado e que pode causar um grande impacto ambiental, quando destinado de forma inapropriada.

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Atualmente a CAAL descarta este resíduo em locais licenciados pela FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental). O volume diário de produção, na faixa de 20 a 25 toneladas de cinzas, torna o transporte deste resíduo ainda mais complexa devido a sua baixa densidade, gerando um grande volume de material com baixo peso. Mal comparando, seria como transportar grandes volumes de isopor.

Esta cinza, em virtude da composição da casca, possui grande percentual de sílica (dióxido de silício) em sua composição (~ 84%), sendo esse majoritariamente amorfo, com base em estudos já realizados. Além disto, apresenta carbono residual, o que deixa a cinza com coloração escura devido à queima não controlada por parte da caldeira instalada na usina, como pode ser observado na Figura 1.

O grande desafio é transformar esta cinza em um produto que tenha um mercado comprador, o que resolveria um problema e ainda geraria benefícios econômicos e sociais tanto para a CAAL quanto para a comunidade regional.

O benefício de uma planta geradora de energia a partir da casca de arroz ultrapassa as fronteiras do município, pois outras empresas beneficiadoras da região também fornecem a casca para a CAAL. Sem o destino correto, estas cerealistas teriam grande dificuldade para continuar operando. Apesar do total aproveitamento dos resíduos e subprodutos resultantes do beneficiamento do arroz, a geração da energia a partir da queima da casca deixa um resíduo que precisa ter um destino correto, evitando que seja depositada de qualquer maneira no meio ambiente.

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PESQUISAS

Através de pesquisas e estudos de mercado os gestores da cooperativa e da usina viram na sílica uma oportunidade, porém as indústrias que utilizam esta matéria-prima exigem um produto específico com grande pureza. O método existente para conferir a pureza exigida é de difícil acesso. Para contornar este empecilho a CAAL investiu em um laboratório e em pessoas para pesquisar e desenvolver o processo de purificação da sílica extraída das cinzas resultantes da queima da casca de arroz.

A sílica é um composto inorgânico formado por ligações de Sílico e Oxigênio, cuja fórmula molecular é SiO2 e que em função da sua estrutura, quando purificada, possui uma vasta gama de aplicações na indústria química, como substituto do negro de fumo em borrachas, componente em pasta de dente, cargas para a fabricação de tintas, componente catalisador, aditivos em materiais cerâmicos, cimentos, concretos e na indústria farmacêutica. Desta forma, é um material com grande demanda industrial, sendo obtido, tradicionalmente, de maneira não renovável.

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A sílica obtida em estudos experimentais a partir da cinza da casca de arroz na Cooperativa (Figura 2), apresentou características amorfas, elevada pureza (>98%) e área superficial similar, e até superior encontrada comercialmente.

Este experimento que já tem resultados positivos é fruto de uma visão de futuro da CAAL que tem

investido no departamento de pesquisa dentro das unidades, contratando pessoas qualificadas que possam contribuir com melhorias ao setor industrial, como também gerando novas oportunidades de estágio, o que, além de estimular o desenvolvimento profissional, renova o conhecimento em diversas áreas de pesquisa, contribuindo para o crescimento da empresa.

No caso específico da sílica, é um objetivo antigo da Cooperativa, que agora mostra ser viável a sua produção, seja através de uma planta dentro da unidade industrial, seja através de parcerias. Por isso o investimento em capacidade técnica para estudar com maior profundidade este tema tão importante.

Os possíveis benefícios trazidos para a Cooperativa com a utilização de um material que, até então, é descartado (cinza da casca de arroz), são a redução de custos de sua extração e transporte para a empresa, o retorno financeiro proposto pelo projeto de produção devido à sua comercialização, o que por consequência, traz a necessidade de mão de obra, gerando futuros novos empregos para a sociedade. 

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Muitos testes satisfatórios já foram realizados em escala laboratorial, conduzidos pela engenheira química Fernanda Crespo, com intuito de levantar os principais parâmetros, para avaliar a produção de sílica de ótima qualidade, com capacidade de ser utilizada em diversos fins industriais.

Desta forma, com o propósito de obter um melhor entendimento do processo, fatores e parâmetros para a aplicação da rota de extração selecionada em larga escala, surge a necessidade do projeto de implementação de uma planta piloto, considerando os benefícios econômicos, sociais e ambientais que podem trazer tanto à Cooperativa quanto à comunidade. Um dos maiores objetivos hoje é transformar um produto que é visto como resíduo em um novo subproduto.

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