Chapéu Preto se emociona ao receber visita de alunos de escola de Quaraí

O Ateliê Casca Pau do Brasil, localizado no bairro Capão do Angico, na Zona Leste de Alegrete, recebeu recentemente uma visita especial.

Cerca de 40 alunos da escola Roberto Osório Junior, acompanhados pela diretora Terezinha Saldanha, viajaram de Quarai para conhecer o escultor Derli Vieira da Silva, mais conhecido como Chapéu Preto. A experiência foi muito rica e o artista não conteve suas emoções ao receber os jovens visitantes. “Eles me fizeram chorar”, confessou Chapéu Preto.

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Essa não foi a primeira vez que o escultor recebeu alunos em seu ateliê. Escolas locais como Gaspar Martins, Eduardo Vargas e Fernando Ferrari também já visitaram o espaço e até prestaram homenagens ao artista. Derli Vieira da Silva, nascido em 1950 no Caverá, enfrentou inúmeras dificuldades ao longo de sua vida, especialmente durante a infância e juventude.

Atualmente, o Chapéu Preto reside praticamente sozinho em sua casa, que serve também como um verdadeiro museu de suas obras de arte. O local está repleto de esculturas e inventos únicos. Logo na fachada, destaca-se um imenso gaúcho de 4,5 metros de altura e 5,5 mil quilos de concreto armado. No telhado, outra escultura de um gaúcho, feita inteiramente de ferro, compartilha espaço com galos e outros animais montados em cata-ventos originais.

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O talento artístico do Chapéu Preto não se restringe à escultura, pois ao longo de sua vida, ele mostrou habilidades em diversas áreas, incluindo pedra, madeira, porongo (cabaça ou cuia), concreto armado, sucatas em geral e metal. Durante seu tempo no Exército, ele confeccionava brasões que eram apreciados pelos oficiais. Embora tenha sido liberado para seguir seu caminho, ele acredita que deveria ter permanecido no Exército, pois isso lhe proporcionaria uma aposentadoria tranquila, como seus amigos. Desde os 12 anos, Chapéu Preto já demonstrava sua criatividade, confeccionando bonecas de madeira e outros objetos. Para ele, tudo o que tocava tinha um potencial artístico a ser explorador.

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Chapéu Preto está focado na construção de uma obra especial em homenagem a Noel Borges do Canto Fabrício da Silva Guarani, feita em concreto armado e que terá apenas um pé no chão. A conclusão está prevista para setembro de 2024, totalizando dois anos de trabalho dedicado. Sua inquietação artística nunca cessa, e ele enfatiza: “quem nasce grande nunca morre pequeno”.

Para Chapéu Preto, sua habilidade artística é uma dádiva de Deus. Ele afirma com gratidão: “Colocavam uma madeira na minha frente, eu fechava os olhos, até parece loucura isso, eu olhava, imaginava uma coisa e fazia. Eu sou muito grato a Deus, tudo que eu faço não sou eu é Jesus”.

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