Circo “preso” em Alegrete por conta da pandemia precisa de ajuda

Trupe que esta na cidade há 10 meses, precisa da ajuda da comunidade.

A reportagem do Portal Alegrete Tudo, visitou o Circo Fox que chegou na 3ª Capital Farroupilha em meados do mês de março.

Foram alguns poucos espetáculos e logo o show no picadeiro foi encerrado por conta da pandemia do novo coronavírus no início do mês de abril.

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Inicialmente com a venda de alguns produtos pelas ruas e parques eles conseguiram equilibrar as despesas. Teve quem revendesse frutas, como laranja e bergamota. As tradicionais bolas gigantes foi o ganha pão da turma do Circo Fox, até o algodão doce foi artigo de venda pela cidade de Alegrete.

Mas com a ampliação de barreiras sanitárias o circo acabou ficando “preso” em Alegrete. Com 18 funcionários, quatro deles acabaram conseguindo ir para casa de parentes que residem no interior do RS, em cidades próximas de Alegrete.

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Os outros 14 vivem no espaço cedido no CTG Farroupilha. A rotina é árdua para garantir a sobrevivência. Famílias inteiras vivem em ônibus, com crianças, a vida ficou mais difícil do que aquela em que eram acostumados a peregrinar pelo país afora.

O argentino Sérgio Dela Torre, foi quem atendeu a reportagem. Os demais já estavam trabalhando pelas ruas. Aos 63 anos completados no dia 25 de novembro, o homem está esperançoso em dias melhores.

Dela Torre não titubeia: Já está faltando comida – resigna-se o trabalhador com um olhar triste e calejado pelas dificuldades que vem enfrentando nesses meses todos em solo alegretense.

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Mas ele se diz agradecido à comunidade que tem ajudado de muitas formas. Seguidamente recebe doações e a própria prefeitura tem ofertado algumas doações de cestas básicas.

Para aumentar a angústia, nenhum dos artistas conseguiu efetivar a inscrição na Lei da Cultura. Seria uma renda necessária e em boa hora para a trupe que está estacionada em Alegrete. Sérgio é falante e como um bom artista, não esconde a alegria, diz que tudo isso vai passar.

Os cuidados redobrados com a prevenção do coronavírus é lei entre os integrantes. Em média, se tivesse seguido destino, o circo já teria visitado 30 cidades. Sem sustento, a renda despencou e eles estão se reinventando cotidianamente.

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O argentino admite que a situação atual não é das melhores. Evita sair pedindo, mas se diz abençoado, sempre ganha alguma doação de populares que vão até o local para ofertar um bolo, marmitex e até uma cesta básica.

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Os veículos são outro problema, a camioneta teve o motor fundido e até agora não saiu do lugar. Seu desejo era conseguir um mecânico que viabilizasse o conserto. Com a falta de dinheiro, as carretas são limpas quase que diariamente, o material já desgastado com a ação do tempo, recebe cuidados paliativos.

Sérgio não esconde que ajuda seria o melhor presente de natal que eles ganhariam. No sábado (19), uma empresa alegretense faria a entrega de doações aos funcionários e crianças do circo. Uma rádio local já agiliza alguma participação de uns artistas na emissora.

Interessados em ajudar os integrantes do Circo Fox, podem deixar alguma doação lá no espaço cedido pelo CTG Farroupilha, com entrada próxima ao final da rua Mariz e Barros, cruzamento com a Avenida Eurípedes Brasil Milano.

Júlio Cesar Santos