Com 22 anos de estrada, Os Fagundes fascinam gerações por todo sul do Brasil

PAT entrevistou os três integrantes da banda presentes na homenagem a Cléber Xavier.

O grupo de música tradicionalista Os Fagundes faz parte de Alegrete, pois seus integrantes nasceram e viveram por determinado tempo de suas vidas na terra onde o sol arde no rio Ibirapuitã. São 22 anos de história, muitos sucessos e hinos sobre o Rio Grande do Sul, além de terem recedido muitas homenagens, como é o caso do samba-enredo da escola porto-alegrense Embaixadores do Ritmo, em 2013. No último dia 21 de abril, o grupo foi a atração principal do jantar oferecido a Cléber Xavier, músicas de sucesso, como Origens, O Canto Alegretense e Galpão crioulo foram entoadas. O Portal Alegrete Tudo conversou com os três integrantes do grupo que compareceram no evento: Ernesto, Neto e Paulinho.

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Ernesto, quando questionado sobre sua relação com a cidade, relembrou que seu tio Nico dizia que Alegrete era a meca dos Fagundes, como se aqui tivesse energia e ele iria buscar, o que ele faz até hoje, ao lado da tia Laura, primas, colegas de aula. Tudo isso só o abastece de amor, então ele rega o amor cada vez que vem. Sobre o aniversário de 41 anos do Galpão Crioulo, afirma que a gravação feita na 1º Festival de Linguiça Campeira foi o primeiro de muitos eventos que ainda virão. Em relação a participação dos alegretenses no Festival, ele pôde perceber que a comunidade está comprometida com eles. Quando o assunto é tradicionalismo para os jovens, Ernesto comenta que é importante, mas que andar pilchado ou não é indiferente, a questão é ser apaixonado por sua cultura, honrar suas tradições, o que vem do conhecimento.

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Euclides da Cunha Neto, conhecido por seu público e fãs como Neto, questionado sobre como é dar voz a uma das músicas mais importantes do Rio Grande do Sul, relata que começou a cantar O Canto Alegretense e Origens muito jovem e pensar que elas representam a cidade, as famílias, os amigos, é uma maneira de sempre estar em contato com Alegrete, mesmo longe. Atualmente, Neto faz parte do programa humorístico Pretinho Básico, com o personagem contador de histórias chamado Nêgo Véio, que faz bastante sucesso por ilustrar narrativas tradicionais com muito humor. Ele diz que não é humorista, apenas conta causos que recorda das conversas com seu tio Nico e seu pai, Bagre Fagundes, para ele é muito natural e é mais uma maneira de estar ligado a sua terra. Há 23 anos à frente do programa Galpão Crioulo, sempre privilegia dar oportunidade a artistas que não são tão reconhecidos no cenário cultural, juntamente com estrelas consagradas no universo tradicionalista.

Paulinho Fagundes interage com diversas vertentes da música, quando questionado pelo PAT sobre a união de outros ritmos étnicos como o africano e o indígena no tradicionalismo, recorda que seu tio Nico já falava na canção Origens sobre a importância dos povos originários, “O índio que vive em mim bate um tambor no meu peito, o negro também, assim adoça e tempera o meu jeito”. Paulinho conta que percebeu que a cultura negra é necessária para a construção do todo da música. Atualmente, trabalha também com outros projetos musicais, um deles como um músico africano, que fala oito idiomas, veio da Costa do Marfim e estuda na UFRGS. Por ser apaixonado por ritmos, aprecia formas de expressão de todas as culturas, Paulinho diz que há muito som/histórias a serem descobertas e que ele deseja ser o portal para novas buscas.

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