Dono de distribuidoras de bebidas e mercado usava lojas para ‘lavar dinheiro’ com tráfico de drogas no RS

Um jovem de 24 anos é apontado pela Polícia Federal (PF) como chefe de uma organização criminosa, alvo de operação na quinta-feira (3), que oferecia um cardápio e delivery de drogas no Rio Grande do Sul.

A PF descobriu que o dinheiro obtido com o tráfico era “lavado” por meio de uma distribuidora de bebidas e um mercado dos quais ele e o pai são proprietários em Santa Maria, no Centro do RS: a Mickey Bebidas e o Mercado Bataglin. Os dois estão presos preventivamente.

Os nomes da dupla não foram divulgados pela polícia, mas a reportagem da RBS TV descobriu se tratarem de Gabriel Mathias Bataglin e Edson Bataglin.

Os advogados que defendem os dois disseram que “o processo está em segredo de Justiça”, o qual não tiveram acesso, “por isso, é prematura qualquer manifestação”.

Está prevista para ocorrer na tarde desta sexta-feira (4) uma audiência de custódia, na Justiça, onde será discutida a possibilidade dos presos responderem em liberdade pelos crimes dos quais são acusados.

Investigação

De acordo com a PF, o esquema foi descoberto em agosto de 2022, quando, durante uma investigação sobre um caso de falsificação de dinheiro, foi identificada a oferta de drogas por meio de um cardápio. Ele circulava, principalmente, em grupos criados em aplicativos de trocas de mensagens pela internet.

Ao longo da investigação, a PF constatou o “comércio varejista de drogas” por meio de aplicativos de mensagens. O produto era trazido ao RS do Uruguai e de Santa Catarina. Além disso, que a entrega era feita por motociclistas no formato de delivery (tele-entrega). A organização era quem patrocinava o crime.

A PF afirma que tanto os chefes da organização criminosa quanto quem recebia dinheiro foram identificados.

De acordo com o delegado Leonei Moura de Almeida, responsável pela investigação, o dinheiro obtido com o tráfico de drogas era usado para a aquisição de veículos, imóveis e estabelecimentos comerciais, como distribuidoras de bebidas e supermercados. Todos eram colocados em nome de familiares. Para Almeida, era uma estratégia de lavagem de dinheiro com o uso de “laranjas”.

Operação

A PF cumpriu, na manhã de quinta-feira (3), 22 mandados de prisão contra suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa que oferecia “cardápio” e “delivery” de drogas para clientes em cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No total, 15 pessoas foram presas – 14 no RS e um em SC.

As ordens judiciais eram cumpridas em cinco cidades do RS (Santa Maria, Restinga Seca, Júlio de Castilhos, Caçapava do Sul e Arroio dos Ratos) e em uma de SC (Palhoça).

A PF busca, também, sequestrou bens dos suspeitos, encerrou empresas que seriam de fachada e bloqueou valores em contas bancárias. O valor do patrimônio seria de mais de R$ 2,5 milhões.

Por g1 RS e RBS TV

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