Duplicação da BR 290 e o retorno dos trens de carga foram temas discutidos em um seminário regional realizado em Alegrete

Com a participação de lideranças da região e autoridades ligadas  à Infraestrutura,  Logística e Produção, foi realizado  em Alegrete, no último dia 5, no auditório da Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda, o 1º. Fórum Regional de Infraestrutura.

O evento organizado pelo Centro Empresarial de Alegrete e apoio  da Federasul, Codepampa, Movimento Aliança Fronteira Oeste e Campanha pela Duplicação da BR 290, Cooperativa Agroindustrial Alegrete, o Fórum  desenvolveu uma dinâmica com cinco painéis e encerrando com uma mesa redonda de avaliação.

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Os painelistas e debatedores se revezaram na abordagem de dois temas considerados cruciais e que são  os gargalos para o desenvolvimento da região: a volta dos trens de carga e a duplicação da BR 290.  Sobre a duplicação, foi dito pelos painelistas que da ligação Buenos Aires a São Paulo, só não é duplicado o trecho  entre Uruguaiana e Porto Alegre que representa 25 por cento  da Rodovia do Mercosul.

O Fórum foi aberto com a manifestação do presidente da Cooperativa Agroindustrial, José Alberto Pacheco Ramos, dando as boas vindas  aos participantes. Logo a seguir, Christiano Lisboa, presidente do Centro Empresarial de Rosário do Sul e em nome  da Aliança da Fronteira Oeste e da Campanha pela Duplicação da BR 290,  fez a leitura  do documento   pede a duplicação do trecho restante  da rodovia  de Pantano à Uruguaiana por ser absolutamente necessária e urgente.

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No documento, as forças produtivas da região elaboraram pauta de reivindicações que julgam necessárias para melhorar a competitividade e estimular o desenvolvimento econômico e social dessa importante região produtora do Estado. Entre as medidas, facilitar os investimentos em modais de transporte  e uma política de transporte que não gere insegurança a cada safra.

 O prefeito Márcio Amaral, que preside o Consórcio de Desenvolvimento do Pampa Gaúcho – Codepampa , em sua fala, disse que a pouca representatividade da região não faz eco em Brasília e cobrou mais celeridade nos encaminhamentos para ter respostas  efetivas.

O deputado Frederico Antunes reforçou a importância da BR 290 para a economia regional e a ligação do Mercosul. Disse de sua participação na Assembleia Legislativa e como líder do governo nesse tema de importância estratégica para a região e que é preciso que mais forças se somem para um objetivo que é de todos.

Depois da participação do vice – presidente de Infraestrutura da Federasul, Carlos Bachieri, o Fórum  entrou em um segundo momento, com a realização de cinco painéis focados nos temas do encontro.

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Já no primeiro painel, com o auditor fiscal da Receita Federal e delegado da Alfândega de Uruguaiana, Wilsimar Garcia Neto, apresentou os números e os impactos financeiros junto à Aduaneira do Porto Seco de Uruguaiana, via sistema rodoviário pela BR 290. Projetou no telão que  no primeiro semestre deste ano Uruguaiana arrecadou de impostos R$  1,290 bi  e  com o menor tempo de liberação de cargas.

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Sobre o tráfego na fronteira, quase 158 mil carretas  carregadas cruzaram  a Fronteira pela ponte Internacional e outras 110 mil vazias, totalizando 268 mil carretas tanto carregadas como vazias, ou seja, 736 carretas /dia. Quanto  a pessoas que utilizam, a travessia na Fronteira,  2 milhões  de viajantes cruzaram a fronteira , além de 170 mil veículos de passeio e 4,5 mil caminhões. Quanto à BR 290, acrescentou que 25 por cento do trajeto de Buenos Aires a São Paulo  ( trecho Uruguaiana/Porto Alegre ) além de ser mal conservado não tem duplicação.

Na sequência dos painéis, foi a vez da participação do engenheiro Paulo Affonso Soares Pereira, membro colaborador da Aliança Fronteira Oeste e Campanha. Abordou aspectos considerados impactantes sobre a duplicação da BR 290, sugerindo que se elabore projeto intermodal, sem ser ortodoxo, mas como uma estrada parque, com visão de turismo, de cultura e visão indígena,  começando com pequenos módulos e se viabilize a participação de empresas privadas.

O Estado tem localização estratégica na América Latina

Representando o governo do Estado, o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Derly  Cunha Fialho, situou que o Estado tem localização estratégica na América Latina, conectado com o mundo. E com uma projeção no telão, mostrou onde estão  os gargalos da economia gaúcha e o que fazer.

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Apontou que o Estado precisa manter o equilíbrio fiscal e aumentar a capacidade de investimento e a qualidade das políticas públicas assim como uma política de desenvolvimento melhor articulada entre setores público e privado, respeitando as vocações regionais.  É preciso cuidar do mercado interno e maior abertura ao país e ao mundo, focando na tecnologia e inovação além de estimular  as empresas já instaladas e atrair  novas empresas.

O secretário Derly Cunha Fialho defendeu  que o programa de estado deve primar pela excelência do capital humano e maior integração das agendas regionais. É nesse foco que, as lideranças empresariais  pode ajudar mais, observou, valorizando o momento de integração mas deixando claro que  quem faz o desenvolvimento são os empreendedores.

Deputado estadual Felipe Camazotto, autor da PEC das Ferrovias

O tema Ferrovia foi abrangente e apresentado de forma bem detalhada pelo deputado estadual Felipe Camazotto, autor da PEC das Ferrovias e presidente da Comissão Especial junto à Assembleia Legislativa. Fundamentou sua participação atendo-se ao novo Marco Legal das Ferrovias e  o Rio Grande do Sul de volta aos trilhos. Com riqueza de dados, mostrou que o custo Brasil  representa 20 por cento  do PIB sendo que mais da metade  vem do custo logística.

Pesa a péssima qualidade do transporte. Disse que países de dimensões continentais como o Brasil apresentam as melhores ferrovias. O parlamentar mostrou que o Brasil tem 10 mil Km de ferrovias ociosas, dos quais mais de 30 por cento inutilizadas. O Rio Grane do Sul, nos últimos 25 anos, perdeu 1,5 mil Km de ferrovias. E que, por conta da má qualidade do transporte ferroviário, o Estado joga fora o equivalente a 21,5 por cento do PIB. Indagou qual a saída?  Investir em infraestrutura e superar velhos gargalos, apontou.

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 Na mesma linha, o Relações Institucionais da empresa Rumo, administrador Miguel Ângelo Evangelista Jorge ampliou a abordagem  do tema, reiterando  que o Brasil está fora da curva no custo logística. É preciso fortalecer corredores como Cruz Alta/Rio Grande; Santiago/ Dilermano   e  Uruguaiana/Rio Grande. Afirmou que é preciso redesenhar a malha ferroviária, viabilizando trens com maior número de vagões  e  mais velocidade.

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 O comandante da 6ª. Brigada de Infantaria Blindada de Santa Maria, general de  Brigada Marcelo Carvalho Ribeiro, Comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, trouxe sua contribuição ao Fórum, destacando a importância da malha ferroviária  para o Exército Brasileiro. Defendeu que a ferrovia é opção segura e sobre a atuação dos batalhões de engenharia disse que, com o Exército  há eficiência no gasto público. Destacou o trabalho do 12º. Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, unidade capacitada a montar, em tempo recorde, pontes  para  situações emergenciais.           

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 Ao final, numa mesa redonda de avaliação, o vice – presidente da Federasul, Carlos Bachieri , sugeriu encontro em Porto Alegre com o DNIT com o fim de  definir os parâmetros dos encaminhamentos desses pleitos a fim de solicitar as verbas necessárias. “Não podemos perder tempo, é uma vergonha a  BR 290 sem duplicação, tem que ser uma prioridade”, disparou.

O prefeito Márcio Amaral,  que  coordenou a mesa redonda, alertou para a situação de faixa de fronteira que considerou um atraso para a região, pois limita algumas ações  estratégicas.

O engenheiro Paulo Menzel, presidente da Câmara de Logística, em sua participação no debate, foi incisivo ao destacar que o Rio Grande do Sul  está perdendo o trem da história, mas que precisa com urgências de um Plano de Estado, um plano macro de logística intermodal. Precisa priorizar obras e saber para onde ir. “Se a nossa geração conseguir estancar o custo logística, vamos crescer mais e deixar um legado para as próximas gerações”, cravou.

Em sua participação, o engenheiro Luiz Henrique Bento Leal, da Construtora Alegretense foi direto  ao afirmar que  a região tem gado, tem grãos, tem PIB mas não tem voto, falta mais poder político. E projetou que  a hora está chegando para esta região, a fila está andando e que a duplicação está próxima. Se o País  é horrível em saneamento, é pior em rodovias. Ao final apresentou dados comparativos e números sobre  as rodovias.

 “Que seja este Fórum não mais do que um encontro, mas um grupo de trabalho permanente e fazer de uma prioridade”, definiu ao final o secretário Derly Fialho.  

  As  presenças no Fórum  Regional de  Infraestrutura

  Há muito tempo Alegrete não reunia tantas lideranças  para tratar de  temas que são do interesse de todos. O I Fórum Regional de Infraestrutura reuniu no auditório da CAAL, prefeitos Márcio Amaral, de Alegrete e Vilmar Oliveira, de Rosário do Sul;  vereadores, empresários, dirigentes da Federasul liderados pelo vice presidente de Infraestrutura, Carlos Bachieri; Christiano Lisboa; deputados  estaduais Frederico Antunes e Felipe Camozzato;  Presidente do Centro Empresarial de Rosário do Sul  e  representando  a Aliança da Fronteira Oeste e Campanha pela duplicação da BR 290; presidente do Centro Empresarial de Alegrete, Cássio Sobrosa; Secretário adjunto  de Desenvolvimento Econômico do estado,  Derly Cunha Fialho; vereador Luciano Belmonte, presidente da Câmara Municipal de Alegrete e Moisés Fontoura, da bancada do PDT; vereadora Fátima Marchezan, da bancada do PP;   Cristiano Carvalho, vice presidente da Federasul para a Fronteira Oeste; Vilsimar Garcia Netto, auditor Fiscal  da Receita Federal em Uruguaiana; general de Brigada Marcelo Carvalho Ribeiro, comandante da 6ª. Brigada  de Infantaria Blindada, de Santa Maria;  José Antônio Menezes, presidente  do Sicredi Essência e vice presidente do Sicredi Central; José Alberto Pacheco Ramos, presidente da Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda;   vice prefeito Jesse Trindade Santos; coronel Gustavo Lopes da Cruz, comandante da Guarnição Federal;  Francisco Prado Pedroso, presidente do Conselho Superior do Centro Empresarial; Nilson Gomes, vice presidente de Negócios e Relações Institucionais do CEA; vices presidentes do CEA, Marcelo Miranda, Brinner Ferreira e Fábio Mion;  vereadora Zulma Ancinelo, de Uruguaiana;  Gustavo Thompson Flores, presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete; secretários municipais: Carol Figueiredo, da Sedetur; Iara Caferatti, de Promoção e Desenvolvimento Social e Gabriella Segabinazi, do Meio Ambiente; tenente-coronel Miguel Ângelo Dalcin, comandante do 12º. Batalhão de Engenharia de Combate Blindado;  Luiz Oscar Kesler, presidente da Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana; Paulo de Tarso Meister, superintendente do DAER; Miguel Ângelo Evangelista Jorge, Relações Institucionais da Rumo; Luiz Henrique Bento Leal, diretor da Construtora Alegretense;  Paulo Menzel, da Câmara Logística; Paulo Affonso Soares Pereira, membro colaborador da Aliança Fronteira Oeste e Campanha pela duplicação da BR 290; Antônio Roberto Dalcin, vice presidente da CAAL;  engenheiro Antônio Carlos Mandadori; Luiz Carlos Dotto, presidente do CDL de São Gabriel; empresário Onélio Pilecco;  imprensa  – que atuou  com várias intervenções  direta e repercutiu o seminário.

Fotos e fonte: assessoria de imprensa do CEA

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