Em baixo de mau tempo, Desfile Temático levou um grande público à Praça Getúlio Vargas

Na noite desta terça-feira(19), Alegrete testemunhou um espetáculo temático memorável, marcando o Centenário da Revolução de 1923, com foco na emblemática Batalha da Ponte Borges de Medeiros.

Nem mesmo o tempo chuvoso, com uma persistente garoa, foi capaz de afastar o grande público que se reuniu na Praça Getúlio Vargas para celebrar o momento histórico.

A apresentação consistiu em cinco carros alegóricos, cada um representando uma parte significativa da história da Batalha da Ponte. O primeiro carro contava com peões e prendas com lenços de maragatos e chimangos, em mãos, relembrando as origens dessa tradição gaúcha. O segundo carro representava as eleições, um momento crucial na história do Rio Grande do Sul.

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O terceiro carro trouxe à tona a Brigada D’Oeste, ressaltando a importância das forças militares na região. Além disso, a representação do baile proporcionou uma atmosfera festiva aos espectadores. No entanto, o ponto alto da apresentação foi a representação da batalha em si, que capturou a atenção de todos com autenticidade e dramatismo.

O coordenador dos Festejos Farroupilhas Cléo Trindade, agradeceu a todos os envolvidos na preparação e execução dessa apresentação tão significativa. A presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Ilva Goulart, enfatizou a importância do espetáculo para a cultura e história da região. O Prefeito Marcio Amaral também fez questão de destacar a presença de visitantes vindos de Pernambuco, demonstrando a abrangência do evento.

A presença do Deputado Afonso Motta, assim como representantes do Deputado Marcio Biolchi e o Comandante da guarnição e do 6º Regimento de Cavalaria Blindada (RCB), Coronel Lopes da Cruz, demonstrou o apoio das autoridades à celebração. Secretários e vereadores municipais também estiveram presentes.

Pessoas de todas as idades se reuniram para testemunhar essa apresentação temática única, que não apenas recontou a história, mas também celebrou a riqueza cultural e histórica da região. A Batalha da Ponte na Ponte Borges de Medeiros completou 100 anos.

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A Revolução de 1923

Os confrontos entre sul-rio-grandenses começaram em 1835, com a Revolução Farroupilha, que se estendeu até 1845. Depois veio a Revolução Federalista, em 1893, conhecida por sua violência. A última guerra entre povos do Rio Grande do Sul foi a Revolução de 1923, em alusão ao ano em que ela começou e terminou.

Nessa época, o Estado estava dividido entre os aliados de Borges de Medeiros, que foi reeleito presidente do Rio Grande do Sul em 1923, e os aliados de Assis Brasil, seu opositor.
Os correligionários de Borges de Medeiros usavam lenços brancos no pescoço e tinham o apelido de “chimangos”. Eles eram centralizadores e defendiam a permanência vitalícia do então presidente no poder. Já os correligionários de Assis Brasil usavam lenços vermelhos, eram os “maragatos”, e lutavam por uma oposição organizada e pela descentralização política.

A Revolução de 1923, que começou no fim de janeiro daquele ano, depois do anúncio do resultado da eleição, terminou em dezembro, com o Pacto de Pedras Altas. Pelo acordo entre chimangos e maragatos, Borges de Medeiros pôde permanecer na Presidência até o fim do seu mandato, em 1928. Em contrapartida, numa vitória da oposição, a Constituição de 1891 foi reformada, impedindo a partir de então a reeleição, a indicação de intendentes (prefeitos) e do vice-presidente do Estado.
O sucessor de Borges no governo gaúcho foi Getúlio Vargas, lenço branco, chimango. Em 1930, a Frente Única Rio-grandense, sob sua liderança, assumiu o governo do País, na Revolução de 1930.

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