“Eu sempre confiei na justiça”, diz pai de Dienifer Aranguiz Gonçalves

Após dois anos e meio, acusado de feminicídio e aborto foi preso.

Em uma emocionante entrevista ao PAT, Adelino Lopes Gonçalves, pai de Dienifer Aranguiz Gonçalves, falou sobre a prisão do companheiro de sua filha, acusado de feminicídio e aborto. Adelino expressou sua confiança na justiça e destacou a dor e o vazio em razão da perda de sua filha e neta.

A tragédia ocorreu no dia 10 de maio de 2021, quando Adelino encontrou Dienifer enforcada em casa, aos 18 anos e grávida de 7 meses. Inicialmente, a polícia registrou ocorrência como suicídio, mas Adelino sempre teve a certeza de que a situação não se tratava de um ato voluntário por parte de sua filha. Ele enfatizou que Dienifer estava feliz com a gestação e que, ao vê-la morta, sua vida também foi destruída.

Logo após encontrar o corpo de Dienifer, Adelino acionou a Brigada Militar, e a polícia localizou o companheiro da jovem em um hotel próximo. Na ocasião, ele confessou ter enviado mensagens usando o celular de Dienifer para simular que ela ainda estava viva. Ambos os aparelhos foram apreendidos.

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A investigação, que inicialmente não havia concluído as circunstâncias da morte de Dienifer, foi assumida pelo Ministério Público, após ser enviada sem indiciamento pela Polícia Civil. O trabalho conjunto entre a Delegacia de Polícia Regional de Alegrete e a Delegacia Especializada da Mulher de Bagé prendeu ontem(25), Paulo Cézar Franco da Silva, apontado como acusado do feminicídio de Dienifer e do aborto da filha que ela esperava. A denúncia é de Rochelle Danusa Jelinek – 1º Promotora de Justiça da Promotoria de Justiça Criminal de Alegrete.

Após dois anos e meio do crime, Paulo Cézar foi preso por meio de um mandado expedido pela Justiça de Alegrete. A Promotoria de Alegrete, com o auxílio da perícia técnica do Núcleo de Inteligência do Ministério Público, realizou diversas diligências e conseguiu provas conclusivas de que o acusado estava presente no local do crime na hora da morte. A perícia determinou que o falecimento ocorreu entre as 3h e 4h da madrugada, e o celular de Paulo Cézar foi rastreado, revelando sua presença na residência de Dienifer até as 5h02min, quando ele se deslocou para o hotel.

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Adelino Lopes Gonçalves, emocionado, falou que a justiça foi feita, mas lamentou profundamente a perda de sua filha e neta. Ele afirmou a dor inimaginável que a tragédia trouxe para sua vida, afirmando que não há palavras para mensurar seu sofrimento.

A prisão de Paulo Cézar traz um alívio para a família de Dienifer, que agora espera por um processo judicial justo e a punição de acordo com a lei para o acusado. Adelino Lopes Gonçalves reafirma sua confiança na justiça e espera que a memória de sua filha e neta sejam honradas com o devido julgamento dos fatos.

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A história de Dienifer Aranguiz Gonçalves demonstra mais uma vez a gravidade da violência contra a mulher, ressaltando a importância de medidas efetivas na prevenção, investigação e punição desses crimes. A luta por justiça e pela proteção das mulheres continua, na esperança de que tragédias como essa não se repitam. Logo depois da morte de Dienifer a família e amigos realizaram passeatas e protestos pedindo por justiça, pois ninguém aceitava a versão de que poderia ter sido um suicídio.

O advogado da família, Paulo Vaucher Bandeira, destacou que a família não desistiu, diante disso, as provas que ele apresentou e o brilhante trabalho da Promotora resultaram no desfecho que desde o início foi apontado por aqueles que conheciam a jovem.

Seis meses depois, a pergunta continua sem resposta: quem matou Dienifer?
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