Há 34 anos, Alegrete dava os primeiros passos nos cuidados da saúde mental da população

CAPSII continua a construir um futuro melhor para aqueles que mais precisam, baseando-se na premissa de que o contato afetivo e a falta de preconceito são fundamentais para a cura e a qualidade de vida dos indivíduos.

A história do Centro de Atenção Psicossocial II (CAPSII) em Alegrete remonta aos anos 90, na época da criação da Lei Paulo Delgado, quando esse serviço pioneiro na cidade começou a operar no Bairro Vera Cruz. No entanto, foi em 2003, com a promulgação da Lei da Reforma Psiquiátrica, que o CAPSII foi oficialmente estabelecido, representando um marco significativo na transformação dos serviços de saúde mental, substituindo os manicômios por abordagens mais humanizadas e inclusivas.

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Localizado no antigo Hospital Alexandre Lisboa, o CAPSII é um serviço especializado que atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. A equipe multidisciplinar é composta por médicos psiquiatras, residentes em psiquiatria, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, atendentes, estagiários, zeladores e higienizadores. Sob a coordenação da Assistente Social Cleide Mota, eles trabalham em conjunto para fornecer o melhor atendimento possível aos usuários.

O CAPSII acolhe tanto as demandas espontâneas quanto os encaminhamentos vindos da rede, garantindo o acompanhamento contínuo dos casos mais graves e persistentes. Além disso, o centro desempenha um papel fundamental no matriciamento desses pacientes na Rede Básica de Saúde e na rede socioassistencial, garantindo uma abordagem integrada e abrangente.

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A legislação que embasa o funcionamento do CAPSII assegura o tratamento em liberdade, com respeito à subjetividade dos indivíduos, compartilhando os cuidados dos sujeitos com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Essa abordagem busca promover a inclusão social, o respeito aos direitos humanos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com transtornos mentais.

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Durante seus 34 anos de existência, o CAPSII em Alegrete registrou aproximadamente 16 mil prontuários individuais, demonstrando o alcance significativo desse serviço na comunidade. Atualmente, o centro realiza um número considerável de atendimentos psicológicos, incluindo cerca de 300 atendimentos de enfermagem, 400 atendimentos médicos, 150 atendimentos psicológicos e 60 acolhimentos iniciais.

Além disso, a equipe técnica do CAPSII desempenha um papel ativo na atenção psicossocial, oferecendo apoio presencial sistemático à Unidade de Saúde Mental do hospital e à Atenção Básica. Eles também realizam visitas domiciliares, buscam ativamente por pessoas que recebem assistência, participam de reuniões de articulação da rede intra e intersetorial e fornecem atendimento familiar no próprio CAPSII.

O CAPSII oferece atividades terapêuticas, grupos de convivência e atividades físicas ao longo do dia. Estas iniciativas visam promover o bem-estar emocional, social e físico, fortalecendo a autonomia e a integração dos indivíduos na sociedade.

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O CAPSII em Alegrete é um exemplo notável da evolução da saúde mental e dos serviços de atenção psicossocial no Brasil. Ao longo de seus 34 anos de existência, o centro tem desempenhado um papel fundamental no cuidado e na inclusão de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, proporcionando-lhes suporte e tratamento adequado.

Atende-se em turno integral, diariamente, usuários intensivos e semi-intensivos através de oficinas terapêuticas, grupos de convivência e atividades físicas.

“O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com outra. O que dura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito”. Nise da Silveira.

Por muitas décadas, a psicóloga Nadia Miletto esteve à frente do serviço.

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