Mais de 30 pessoas constam como desaparecidas em Alegrete

A reportagem do PAT buscou informações sobre a quantidade de pessoas que constam como desaparecidas na região.

Corpo de homem morto a facadas é encontrado em matagal
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No site da Polícia Civil, constavam 34 desaparecidos em Alegrete e outros 119 em municípios da região até 20 de fevereiro deste ano, totalizando 153 casos de pessoas que saíram de casa e nunca mais retornaram.

Uma busca no site da Polícia Civil aponta 20 desaparecidos entre 2022 e 2023 na cidade. Neste ano, até o dia 20 de fevereiro, 4 pessoas desapareceram no município. No entanto, a delegada da 4ª DP Fernanda Graebin Mendonça, diz que em muitos casos as pessoas são encontradas, mas as ocorrências de localizações não foram feitas pelos familiares, o que torna os dados incompletos no site de desaparecidos da Polícia Civil.

Dos 34 casos registrados em Alegrete, 20 são homens e 14, mulheres. Entre elas duas crianças que desapareceram no ano passado com 6 anos. Já dos 12 aos 17 anos, conforme os dados da polícia, há 4 pessoas desaparecidas, e dos 18 aos 59 anos, outras 20. Três desaparecidos têm mais de 60 anos.

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O registro de ocorrência de desaparecimento pode ser feito nas delegacias de qualquer cidade ou pelo site da Polícia Civil. Basta preencher as informações solicitadas. Já o registro da localização precisa ser presencial, por quem fez a ocorrência do desaparecimento ou pela própria pessoa que foi localizada.

Conforme o site de desaparecidos, o caso mais antigo em Alegrete é de um homem, que hoje teria 38 anos, e cujo paradeiro ainda é desconhecido. Ele teria desaparecido, de acordo com o registro, no dia 28 de julho de 1997 e até hoje não consta se ele foi localizado. Depois, os registros retornam em 2019, quando uma adolescente com 15 anos desapareceu.

Para a polícia, a maioria dos desaparecidos já foi encontrada. O problema é que o registro da localização não é feito pelas famílias na maioria dos casos. Conforme a delegada Fernanda Mendonça, isso dificulta o trabalho da polícia e aumenta as estatísticas.

No site da Polícia Civil, constam como desaparecidas 5.125 pessoas em todo o Rio Grande do Sul, conforme levantamento feito em 20 de fevereiro de 2023. Em Porto Alegre, a Delegacia de Investigação de Pessoas Desaparecidas (DPID) é quem faz o trabalho especializado de investigação para a localização dessas pessoas.

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Para a delegada Caroline Bamberg, titular da delegacia especializada, a grande maioria das pessoas dadas como desaparecidas já foi encontrada, mas a ocorrência da localização não foi registrada. Conforme a delegada, o site da Polícia Civil é atualizado sempre que se faz um registro de ocorrência.

– O site da Polícia Civil é abastecido automaticamente no momento em que se faz a ocorrência de desaparecimento. Fez a ocorrência em qualquer local do Estado, imediatamente vai para o site. Todos os desaparecidos do Estado vão constar lá – diz.

Nem todas as pessoas que aparecem no site de desaparecidos têm fotos. Caroline explica que é necessário levar uma foto no momento da ocorrência, pois depois não temos como colocar a foto na internet. Para o nome ser retirado do sistema, é necessário fazer a ocorrência da localização.

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– Todos que estão no site, estão desaparecidos efetivamente – diz.

Conforme a delegada, é importante que os familiares que forem procurar a polícia para fazer o registro de uma ocorrência, que levem uma foto atualizada da pessoa na hora da ocorrência e que forneçam o maior número de informações possíveis sobre a pessoa. Se o desaparecido possui cartão de transporte público, número de conta bancária e o que mais possa ajudar nas investigações.

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– São três fatos que são importantíssimos para a polícia, primeiro, é que não é preciso esperar 24 horas para fazer o registro de desaparecimento. Isso é um mito que existe e que não é verdadeiro. Quando notar que a pessoa está em local incerto e não sabido, tem que fazer o registro da ocorrência de desaparecimento. Quanto mais rápido for feito o registro, maiores são as chances da polícia localizar esse desaparecido. Outro fato é levar uma fotografia atualizada da pessoa que desapareceu, informar as roupas que ela estava usando para ajudar na identificar por imagens se possível.

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Outro fator muito importante é as pessoas façam o registro de localização quando encontrarem quem estavam procurando, porque, senão, a polícia fica trabalhando em um caso e que a pessoa já foi localizada – ressalta a delegada Caroline.

Segundo a polícia, boa parte das pessoas desaparecidas tem ligação com a dependência química. Geralmente são as famílias desses cidadãos que não registram a ocorrência de que a pessoa foi localizada.

– Um dos maiores motivos do desaparecimento, principalmente de pessoas maiores de idade, é a questão da drogadição e do alcoolismo. Isso é uma questão que não é somente de polícia e também de saúde pública. A gente pede que a pessoa faça o registro, mas que se o familiar voltar para casa, encaminhe ele para um serviço de saúde e que faça um serviço de localização – alerta a delegada Caroline.

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Já pessoas maiores de idade e capazes costumam sumir depois de sair de casa por conta própria. Por isso, a recomendação é que quem for sair deixe um recado para a família. Praticamente 90% dos desaparecidos retornam para casa ou são de alguma forma localizados pela família.

– A gente não quer saber porque a pessoa sumiu, a gente quer saber se ela está bem e se foi localizada – finaliza a delegada Caroline Bamberg.

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