Maracanã, um gaúcho raiz com apelido de estádio, fez sua última tropeada

Alegrete sempre é palco de histórias que ecoam o amor pela cultura gaúcha e pelo trabalho árduo no campo. Entre as narrativas sobre a trajetória das pessoas, o PAT recebeu mais uma solicitação de homenagem, desta vez, o relato é sobre Hélio Machado Alves, conhecido carinhosamente como Maracanã.

Nascido na localidade de Durasnal, desde cedo ele demonstrou um espírito trabalhador e apaixonado pelas lidas campeiras. A juventude de Maracanã foi marcada pelo auxílio ao pai na administração de uma fazenda no Lageado Grande. Tropeando, cuidando do gado, das ovelhas e das pequenas plantações, ele encontrou sua maior paixão nos cavalos.

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Com o passar dos anos, assumiu as rédeas de sua própria vida. Constituiu uma família e trabalhou em diversas localidades, sempre inovando em suas empreitadas. Mesmo com uma educação formal limitada, não se deixou abater e encontrou maneiras de expressar sua criatividade. A paixão pelo chimarrão, as visitas aos amigos e as conversas agradáveis eram elementos constantes em sua jornada. Ninguém ficava indiferente ao seu carisma e à sua disposição para compartilhar suas histórias de vida.

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Maracanã também gostava de escrever, mesmo que não tivesse tido muita oportunidade de educação formal. Sua escrita era simples, mas carregada de sinceridade e emoção. Deixou sua marca, não apenas em relação a cultura gaúcha, mas também à sua família, aos amigos e a todos que cruzavam seu caminho. Ele tratava todos com igualdade, vivendo de forma modesta, porém intensa.

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Embora não tenha conseguido realizar todos os seus sonhos, pois tinha muitos deles, Hélio Machado Alves viveu cada momento com vitalidade. Seu espírito guerreiro e determinado o levou a lutar bravamente durante 30 dias na UTI, resistindo até a passagem da semana farroupilha, uma data tão significativa para os gaúchos. Ele faleceu no dia 21.

A família agradece profundamente aos profissionais da UTI Adulto, bem como aos demais familiares e amigos que acompanharam esse período difícil, oferecendo orações e mensagens de carinho.

Hélio, o Maracanã, deixa não apenas saudade, mas a sua história que é um tributo à força e à autenticidade das pessoas que, como ele, fazem do Rio Grande do Sul um lugar especial.

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Glauber Jaques y

Tive o privilégio de conhecê-lo, assim como ao Ireno, seu irmão, e a tantos outros gaúchos de verdade.
O encontrei por último há uns meses no supermercado. Apesar da correria, ficamos conversando por alguns vários minutos. Alguém pode dizer que perdi tempo, que deveria ter ido antes pra fora, quer atrasei algum compromisso, mas não perco oportunidades como aquela, de conversar, aprender, compartilhar momentos. Isso não é e nunca foi perda de tempo!!
Que o Patrão Velho guarde esse amigo em um bom lugar no céu. Por aqui, deixou sua passagem marcada pelo exemplo e deixa saudade!

Última edição 7 meses atrás por Glauber Jaques y
Neilo Roberto

O apelido Maracanã não tem nada a ver com estádio, o termo se refere à família Machado do Durasnal e arredores, que são conhecidos como Maracanãs devido ao modo de falar alto como os periquitos dessa espécie.
#maracanadodurasnal