Mulher morre na rua em circunstâncias cercadas de interrogações; família busca explicações

"Não vamos parar até que tudo fique muito bem esclarecido. São incontáveis as dúvidas que precisam ser sanadas"- descrevem as irmãs da alegretense Liliane Trindade de 39 anos que faleceu na última sexta-feira(26), após sair de casa para comprar algumas mercadorias na região Central de Alegrete.

Loenir Trindade e Laureci estiveram na redação do PAT na manhã de segunda-feira(29). Durante a entrevista, elas descreveram como está sendo difícil conviver com tantas incertezas acerca da morte da irmã.

Loenir disse que a família não vai parar até que o homem que levou Liliane até a UPA seja localizado e possa esclarecer como tudo aconteceu, onde ele a encontrou e se ela já estava desacordada.

“O médico disse que nossa irmã chegou sem vida na UPA. Eles fizeram o que foi possível, mas ela não respondeu a nada e, por mais que ela tivesse crises de asma, já havia passado por várias situações muito mais delicadas, inclusive de ter desmaiado em Passo Novo.

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Imagina o percurso de mais de 30KM com ela desacordada e chegar aqui na UPA, ser atendida e ficar tudo bem. Não pode ter sido apenas uma crise de asma, ela estava muito perto do hospital, apenas alguns minutos” – descreveu.

Por esse motivo, a família esteve na Unidade de Pronto Atendimento e o sistema de videomonitoramento registrou o momento em que o homem que se identificou como motorista de transporte alternativo, chegou ao local, chamou as enfermeiras e posteriormente desceu do veículo, depois que Liliane já estava sendo atendida para limpar o banco e sair do estacionamento.

“Pelas imagens, ele desce em frente à UPA e é orientado a colocar o veículo, um Fluence prata, na área das ambulâncias pois ela já estava desacordada. Lá, o homem não desceu do carro enquanto ela era socorrida pelos enfermeiros, apenas depois que nossa irmã já estava dentro da Unidade de Pronto Atendimento, ele desce, limpa o banco e depois sai do local. Mas em momento algum ele apresentou algum documento.”- ressaltam.

Como foram as últimas horas de Liliane

Na última sexta-feira(26), por volta das 15h45min, Liliane estacionou o carro, um Corsa Sedan, na rua Vasco Alves. Ela saiu de casa para comprar algumas produtos, pois iria fazer um bolo para levar à Igreja.

Entretanto, a última vez que ela foi visualizada com vida, foi às 16h15min, por duas pessoas próximas à família, nas imediações do calçadão. A partir deste horário, tudo o que aconteceu é um mistério, pois não há mais detalhes de como ocorreu o socorro até a UPA.

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Liliane chegou sem vida na UPA e tudo que a família sabe, até o momento, é que um homem que disse trabalhar como motorista de transporte alternativo, chamado Robson a levou até a Unidade de Pronto Atendimento.

Diante de muitas dúvidas, a família busca encontrar o motorista na esperança de que a morte de Liliane seja esclarecida no sentido de saber o que aconteceu, onde ela foi encontrada e o motivo que não teria usado a bombinha para asma, já que sempre carregava uma no carro.

Um registro na Delegacia de Polícia de Alegrete também foi feito.

A perícia

Já em relação ao laudo da Perícia, as irmãs citam que o médico perito atestou o que os médicos na UPA já tinham comentado que seria por insuficiência respiratória, mesmo assim, algumas características no corpo de Liliane como o pescoço estar muito edemaciado, além de uma lesão na coxa deixou a família apreensiva.

“Minha irmã ficou por 19h no necrotério aguardando a necropsia, não estamos colocando em dúvida o que o médico descreveu, apenas acreditamos que pode ter ocorrido algo diferente, não apenas uma crise de asma. Na manhã de sábado, para realizar o laudo da morte, o vereador Fábio Bocão, fez uma live em frente ao necrotério, isso em razão de que o prazo que foi colocado para família tinha expirado há muitas horas, não estávamos julgando ninguém, apenas queríamos um pouco mais de compaixão com o sofrimento de todos, a cada minuto que nossa irmã ficava naquela lage gelada, a família estava perdendo de ter uma despedida mais digna, sem pressa. Não entendemos se o perito estava na cidade ou não, apenas estávamos pedindo compaixão com quem estava ali, sofrendo a dor da perda de uma pessoa que sempre foi incrível e maravilhosa com todos.

A missão delas é uma só: fazer o bem

Nossa irmã era uma pessoa muito boa de coração, sempre ajudou a todos. Ela estava na Assembleia de Deus há mais de 20 anos, nos últimos meses congregava com o marido, AlexSandro de Souza. Era uma excelente mãe e uma filha maravilhosa. A imagem do meu sobrinho, o caçula, pedindo para que ela levantasse do caixão e fosse para casa, jamais vai sair das nossas memórias, foi dilacerador.

Além disso, nosso outro sobrinho de 14 anos, está com crises de ansiedade e o pai dele teve que arrombar a porta do banheiro com receio do que ele poderia fazer, no domingo. Os outros dois filhos de Liliane já são maiores, mesmo assim, estão arrasados. Nossos pais, de 76 e 73 anos, não se conformam em ter que enterrar a caçula de cinco filhos.

Por tudo isso, não podemos deixar de saber o que realmente aconteceu naquela tarde. Gostaríamos muito que o motorista que a deixou lá pudesse tirar nossas dúvidas, pois alguém pode ter provocado os ferimentos, ou se alguém souber quem é o motorista de transporte alternativo chamado Robson que tem um Fluence, por favor, entre em contato conosco, somente ele poderá dizer onde ela estava – encerra.

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