Saiu a sentença para o homem que matou Elara com treze facadas

Autor confesso, na noite em que assassinou a ex-companheira Neuza Elara Santos da Rosa, de 48 anos, Roberto Carlos da Fontoura Muller, foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado.

No Júri realizado na manhã de hoje(23), quatro meses após ele ter esfaqueado de forma brutal a cuidadora de idosos, Roberto se manteve em silêncio.

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A audiência foi acompanhada pelos filhos e familiares de Elara que contaram com apoio da família de Nair Terezinha Fernandes Lima, também, assassinada, estrangulada pelo ex-companheiro, no dia 19 de julho.

Roberto Carlos foi preso na noite do crime, dia  20 de abril. Ele acionou a Brigada Militar e se entregou depois de, forma premeditada, ter entrado na casa de Elara com o pretexto de entregar a chave da residência.

A filha dele, menor de idade, que residia com Elara, ao perceber que ele poderia feri-la saiu para rua e pediu socorro, ela também acionou a Brigada Militar.

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Na manhã desta terça-feira, uma caminhada pacífica com o pedido de que a Justiça fosse feita, pelos filhos e familiares de Elara com apoio dos familiares Nair Terezinha Fernandes Lima. Eles saíram do Parque Rui Ramos até o Fórum.

No momento em que o carro da escolta da Susepe chegou ao local(Fórum), a revolta e as lágrimas foram inevitáveis.

Uma irmã de Elara disse que há 18 dias a mãe faleceu, sem saber a verdade sobre a morte da filha. “Nós a poupamos de saber a verdade pela saúde debilitada, mesmo assim, imaginando que Elara faleceu de um infarto fulminante, nossa mãe não foi mais a mesma e a saúde só decaiu”- comentou.

Dilceu Nunes de 78 anos, pai de Elara, também participou da caminhada e acompanhou o Júri. Ele foi uma das primeiras pessoas a chegar na casa, na noite do crime e estava muito abalado.

Esse foi 22º julgamento pelo Tribunal do Júri na Comarca de Alegrete no ano de 2022, presidida pelo Juiz de Direito Rafael Echevarria Borba.

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O crime:

No dia 20 de Abril de 2022, Elara Santos seguia com sua rotina normalmente.

Trabalhou o dia inteiro, chegou em casa, fez seu chimarrão e estava sentada tranquila descansando antes de fazer o jantar, quando seu ex-companheiro Roberto Carlos da Fontoura Muller bateu na porta da frente de sua casa com a desculpa de lhe entregar a chave do imóvel que há tanto tempo ela implorava que ele lhe devolvesse.

Ingênua, ela prontamente abriu a porta quando imediatamente foi surpreendida com um ataque cruel, monstruoso, que em poucos instantes lhe deixou sem vida no chão da sala da sua própria casa.

E foi assim que, com 13 facadas, esse “homem” acabou com o “mundo” dos filhos.

Foi assim que ele roubou, deles, inúmeros almoços de domingo e inúmeros abraços.

“Foi assim que ele roubou a avó dos dois netos e de todos os outros que eles nunca chegarão a conhecer a extraordinária mulher que ela foi. Foi assim que ele roubou uma mãe dos filhos.

O motivo? A recusa de continuar um relacionamento abusivo, com violência psicológica e física. A crença de que tinha algum direito a reivindicar, a crença de que era dono do corpo de uma mulher e que podia obrigá-la a permanecer ao seu lado. A crença de que ela não passava de um objeto que se ele não pudesse mais usar não serviria para mais nada”- disseram os filhos.

Os filhos de Elara, disseram que um dia antes de cometer o assassinato de Elara, em uma conversa pelo Whatsapp o ex-companheiro pediu que ela se machucasse e mentisse que tinha sido ele, pois assim ele iria preso e teria onde morar.

Fotos : Alegrete Tudo – Tribunal do Júri

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