No adeus ao tropeiro Setembrino Tavares, homenagens autênticas a um grande gaúcho

"Ele deixou um legado de determinação, disciplina, além do amor e devoção ao tradicionalismo"- disse a neta Matilde Coelho.

Setembrino Tavares Coelho, morreu no último sábado(18), aos 88 anos, devido ao agravamento de problemas de saúde. Ele deixou netos, bisnetos e teve dez filhos, três já tinham falecido.

A homenagem ao tropeiro e tradicionalista foi realizada pela família, Matilde foi a responsável por falar com o PAT, ainda emocionada, ela descreveu um pouco sobre o avô.

Para começar, a neta lembrou que o tradicionalista foi por muitas décadas tropeiro e, conhecia todas as querências da região. De tropa em tropa, adquiriu máquinas de esquilas e passou a realizar esse trabalho pelas estâncias, ficando de 40 a 50 dias longe de casa.

“Meu avô era um homem muito campeiro, gostava de domar, camperear, sabia fazer uma carneada com precisão nos cortes e em dias de chuva, por ser muito dinâmico, não parava, o local favorito era o galpão onde lidava com as cordas, em seu ofício de guasqueiro”- comenta.

Já no ano de 1990, no dia do seu aniversário, 7 de Setembro, Seu Tavares, como era conhecido, fundou o Piquete Grupo Tradicionalista Chácara do Regalado, onde por muitos anos, Matilda foi posteira e, devido ao fato do avô ter ficado acamado nos últimos dois anos, quem assumiu essa responsabilidade foi Cristiano Aguiar.

O GT Chácara do Regalado, foi o terceiro piquete a ser filiado ao CTG Farroupilha e sempre foi muito atuante e participou de inúmeras atividades e eventos, a Campereada era uma das atividades que seu Tavares estava sempre atuante.

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“Sempre nas premiações do Piquete, todos agradeciam muito ao meu avô, pois a determinação dele em sempre ficar cobrando e fazendo com que todos estivessem treinando. Meu avô era uma pessoa que tinha muito conhecimento e, o principal, gostava de passar para outras pessoas. Dizia que todos precisavam saber para que nada ficasse no passado, continuasse” – informa.

Matilda destaca que o avô amava contar histórias e todas eram verídicas, porém, ele tinha o seu jeito peculiar de narrar os fatos e, de todas, sempre havia um ensinamento para vida.

Ele não ajudava ou ensinava só os de casa, ele gostava de fazer isso por todos. Encilhar um cavalo, carneada, esquila, entre outras atividades da lide. Sempre estava atuante e não deixava os netos parados, comentava que o tempo ocioso era para pensar bobagem. Desta forma, desde cedo, todos sabiam o que era preciso para seguirem o caminho correto.

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O cortejo até o Cemitério foi do jeito que ele sempre quis, com os cavalarianos nos seus locais corretos, bandeira hasteada e muita organização – encerra Matilda.

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Maria Eni

Alegrete perdeu dois grandes tradicionalista muito atuantes na Camperiada Segundo o e seu Tavares.