O acolhimento a um autista, pela monitora do nível B do Lions, emocionou na Cantata de Natal

Neste mês dezembro afloram sentimentos que, às vezes, não se consegue explicar, porque só quem vivencia ou sente saberá o valor de alguns gestos.

Na apresentação da Cantata de Natal da EMEB Lions Clube, no ginásio completamente lotado, e com burburinho intenso uma cena emocionou uma repórter do PAT, que mesmo sem saber do caso, sentiu que algo diferente acontecia no palco. Um grupo de crianças do nível B cantava músicas natalinas e infantis e, no meio do grupo um menino com fone nos ouvidos chamou atenção da profissional que assistia o espetáculo.

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O menino Henrique Machado da Silveira com fones amarelos é uma criança com autismo, dentre as que cantavam no palco. No meio da apresentação, a monitora de sua turma, Milena Siqueira Jesuino, de 21 anos, percebeu que ele estava deconfortável. Ela agachou e o acolheu no colo, mantedo a criança em meio aos colegas até o final. O som e o barulho do local como é sabido incomodam os autistas. E protamente, para que ele se sentisse seguro, a monitora do Nível B1 da turma da professora Ana Aline Machado, com sensilidade fez com que Henrique se acalmasse e permanecesse na apresentação.

Henrique e a monitora Milena Jesuíno

Com auxílio das professoras Nair Machado e Adriana Rodrigues Pimentel, a jovem montou uma rotina para que Henrique se adaptasse à escola, porque para autistas a rotina é muito importante, destaca a monitora.
-Ele ia na sala da professora Adriana para pegar o carrinho que ele tanto gosta, criei a rotina dele pedir o carrinho emprestado, dar um abraço e um beijo e dizer obrigado Com a professora Nair, sempre que eu possuía alguma dúvida ou precisava de ajuda eu recorria a ela, pois ela é a professora do AEE da escola.
O menino está no Lions desde o ano de 2022, quando fez o nível A e este ano está se formando no Nível B. O Henrique possui o grau de autismo 1, é leve, mas mesmo assim tem dias que ele está fora do eixo e eu fico cuidando ele, cita a jovem.

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Ela explica que qualquer coisa que o tire da rotina lhe cansa muito fácil, então sempre o monitora prepara sua cabeça para que saiba o que ele irá fazer passo a passo.
– O Henrique é uma criança totalmente carinhosa, não me estranhou em nenhum momento, sempre soube que eu era a “profe” dele como diz, e eu me apeguei a ele, criei um laço forte, atesta. Milena diz que mesmo antes do abafador ter chegado, ela tapava as orelhas dele com as mãos, e mesmo não sendo a mesma coisa que o abafador, o menino se sentia seguro, e ficava quieto.

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A jovem que está se formando em Magistério, cursa Pedagogia, pretende se especializar em AEE. Diz que criou a rotina de Henrique dar oi para todos do colégio, pessoal da secretaria, moças da limpeza e tudo mais.

-O Henrique me mostrou um lado dos autistas que eu nunca tinha visto, quando se fala em autismo, todo mundo fica meio assustado, ele me ensinou que não é assim, que devemos acolher e dar carinho, o que pode fazer muita diferença, salienta.

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