O taxista alagoano que ajudou a construir a BR 290 em Alegrete

Quase sempre as pessoas carregam histórias de vida que surpreendem pelo tanto que passaram ao longo de sua existência. Mas sair de um estado, há quase 4 mil Km de Alegrete, e aqui constituir família não é tão comum assim.

Joel Ponciano, ao 79 anos, saiu ainda jovem da cidade de Olhos D’água dos Casados, em Alagoas, para São Paulo depois de perder a lavoura de feijão e milho.

Joel Ponciano
Joel Ponciano
  • Vim para o Sul, como dizem, tentar a vida. Mas antes dei uma rápida passada pela capital paulista e para Mato Grosso, onde trabalhei em lavoura e cuidando gado.

Mas diz que a maior parte de trabalho em sua vida foi mesmo operando máquinas pesadas e neste ramo conta que trabalhou na Camargo Correia, Mendes Junior, Conterra, Ageplan e Injob.

Protética, alegretense de coração, cultiva cada lembrança aqui vivida

E foi através deste trabalho que veio parar em Alegrete, vindo com a empresa quando da construção da BR 290. Aqui casou e teve duas filhas. É aposentado, e como ganha pouco, trabalha de taxista. Atualmente seu Joel está no ponto da Praça Getúlio Vargas.

Joel Ponciano
Joel Ponciano

No meio da conversa deixa as lágrimas tomarem conta com saudade de sua terra, onde tem irmãs e sobrinhos e esteve lá há 10 anos.

Joel diz que mesmo com saudades, gosta de Alegrete que o acolheu e onde teve suas filhas que se formaram e hoje estão bem. A esposa, dona de casa, ajuda a cuidar dos netos.

Morador da Vera Cruz sofre com apedrejamentos constantes e contínuos na sua casa

No início, quando chegou em Alegrete, diz rindo que tremia o queixo de frio indo para os trechos trabalhar, depois acostumou assim como o hábito do chimarrão.

-Eu não virei gerente de turma em uma dessas construtoras que trabalhei, porque estudei muito pouco e uma vez um engenheiro me falou que eu poderia ter crescido, mas a falta de estudo me barrou, lamenta.

Sair do Nordeste para o Sul, à época, era a única opção para a gente trabalhar, hoje mudou um pouco, mas na verdade os que estudam se colocam melhor, pondera seu Joel.

O que o taxista mais quer é poder voltar a sua terra Natal, rever parentes e velhos amigos, mas faltam recursos, porque daqui a Maceió são quase 4 mil km. Mas diz que não se queixa, porque sua esposa, filhas e netos estão bem.

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