Portadores de fibromialgia foram à praça alertar sobre a enfermidade

A desafiadora tarefa de conviver com fibromialgia.

No último sábado, dia 15, aconteceu em Alegrete o primeiro manifesto sobre a fibromialgia na Praça Getúlio Vargas. Pessoas portadoras dessa síndrome estão buscando maior apoio e conscientização por parte das autoridades locais em relação a essa doença complexa.

Jussara Melo, de 47 anos, e Fabiele Silveira Antunes, de 36 anos, são duas das pessoas que entraram em contato com o PAT para expressar suas preocupações. Ambas convivem diariamente com os diversos sintomas da fibromialgia e destacam a falta de informação e garantias adequadas em Alegrete.

Os relatos dessas pessoas são muito impactantes. Uma das mulheres, que descobriu recentemente a doença, participou e preferiu não se identificar, compartilhou que passou por muitos médicos e a maioria deles descrevia sua situação como exagero, aumentando seu sofrimento.

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Peregrinar por vários consultórios médicos em busca de alívio para o sofrimento tem sido a realidade das pessoas acometidas por essa doença, cuja causa ainda é desconhecida pela medicina. Exames frequentemente não apresentam resultados conclusivos, levando os indivíduos com fibromialgia a serem rotulados como “exagerados” e, muitas vezes, como preguiçosos ou depressivos. Embora haja uma possível ligação com ansiedade e depressão, ainda não se sabe qual o fator desencadeante.

A fibromialgia é uma síndrome complexa e, muitas vezes, mal compreendida por quem convive com ela e até mesmo pela medicina. Trata-se de uma doença cruel, cujo diagnóstico é apenas clínico, dependendo da experiência do médico consultado. Com sintomas variados, ela pode afetar pessoas da mesma família, sugerindo um possível componente genético em sua origem. Sabe-se que o cérebro e, possivelmente os receptores cutâneos, interpretam os estímulos recebidos de forma alterada, aumentando a sensibilidade e causando dor e desconforto. No entanto, o motivo dessa alteração ainda é desconhecido.

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O sintoma predominante da fibromialgia é a dor, que pode ser muscular, nas articulações ou nos tendões, geralmente acompanhada de fadiga extrema. Os indivíduos frequentemente acordam cansados e esse quadro pode durar meses. Além disso, distúrbios do sono, como insônia e apneia, são comuns (em quase 90% dos casos) e tendem a piorar com o estresse e temperaturas mais baixas.

Dores de cabeça e problemas cognitivos, como alterações de memória e dificuldade de concentração, são queixas frequentes. Também são relatadas dormências e nas mãos e pés, além de sintomas cardíacos, como palpitações. Distúrbios gastrointestinais, como cólicas e diarreias frequentes (síndrome do intestino irritável), também podem estar presentes.

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O alívio da dor e a melhora da qualidade de vida são os principais objetivos no tratamento da fibromialgia. Para isso, a melhor estratégia é adotar uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, nutricionistas e profissionais de educação física, sempre considerando a participação da família.

Os pacientes com fibromialgia são, acima de tudo, cidadãos brasileiros que têm o direito de pleitear seus direitos. Desde 2012, os portadores de fibromialgia conquistaram esse direito. A presença de reumatologistas é fundamental para um acompanhamento adequado. Portanto, a implementação de carteirinhas de identificação garantiria os direitos dessas pessoas, evitando constrangimentos, uma vez que não há provas físicas aparentes da doença. Além disso, proporcionaria mais conforto às famílias e garantiria o direito a atendimento preferencial.

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A manifestação realizada no dia 15, na Praça Getúlio Vargas, foi uma oportunidade para que as pessoas com fibromialgia em Alegrete aumentassem a visibilidade de suas condições e buscassem apoio e conscientização da população e dos legisladores. O assessor do vereador Fabio Peres, o Bocão, Alyson Santos esteve presente representando o legislador nessa importante iniciativa.

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