
Entre os setores que mais amargaram com a falta de receita estão os clubes sociais, fechados há quase dois anos na pandemia.
Para muitos a situação já estava difícil, porém, diante das medidas adotadas para frear a contaminação da Covid-19, durante o período crítico, algumas restrições em lojas varejistas, lockdown e o fechamento dos clubes sociais determinaram o fim das atividades para muita entidades sociais Brasil afora.
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Em Alegrete, todos se ressentiram e estão numa situação muito delicada para o retorno das atividades devido a falta de receita. Na busca desse recomeço e para que o Clube não tenha que ser vendido ou até mesmo venha a ter prejuízos irreversíveis, como foi o caso do Clube Caixeiral de Santa Maria que acabou implodindo, a atual diretoria do Clube Caixeiral de Alegrete , propôs que o local seja locado e seja usado como um Centro Comercial.
José Airam Bailard Vasconcelos, que preside o clube, diz que os custos fixos mensais somam em torno de 8.000,00. Destes, alguns não estão sendo quitados por falta de receita . – Pagamos somente os de primeira necessidade, tal como salário de um funcionário (meio expediente), água, luz, telefone, material de limpeza, pequenos reparos e parcela de uma indenização trabalhista.
O presidente disse que levou a proposta para o atual vice-prefeito, ainda durante a gestão, dele, como Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jesse Trindade para que talvez fosse realizado um comodato com a Prefeitura, ou também, surgiu a possibilidade de empresários realizarem essa locação.
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Com a pandemia, a situação do clube que já estava difícil se tornou ainda mais caótica financeiramente. José Airam destaca que há uma possibilidade de que essa proposta seja efetivada e o piso superior do Clube se torne um Centro Comercial. O presidente explica que não há necessidade de Assembleia pois essa medida é apenas um comodato, portanto, pode ser um decisão da Diretoria.
“Atualmente estamos com 16 sócio, a mensalidade é R$ 15,00 e 99 % dos associados passaram para a categoria remido, ou seja, sem cobrança de mensalidade. A única renda fixa modesta, em relação a despesa, é o aluguel para o Posto do Banrisul. Mesmo assim, toda essa renda chega próximo a 50 % da despesa mensal do clube.”- acrescenta.
O Caixeiral é uma história e até uma lenda em nossa cidade. -Não estamos medindo esforços para que ele se mantenha vivo, por muitos e muitos anos, e aquelas festas maravilhosas de carnaval de salão e debutantes praticamente estão em extinção, mas o Clube como entidade social histórica que é, tem que continuar viva – pontua.
José Airam também ressalta que essa medida de locar os clubes vem acontecendo em todo Brasil. A maioria, segundo ele, está sendo utilizado como sede de Igrejas e centros comerciais. “A parte que estamos negociando e possivelmente será locada é o segundo piso, o salão. Já a área da sala de jogos, diretoria e auditório vai permanecer para uso do Clube. O que não podemos permitir é que ele termine como já aconteceu com a sede do coirmão em Santa Maria- concluiu.
Portanto, se a negociação realmente for concluída como está prevista, para o próximo ano, a população de Alegrete terá um Centro Comercial no calçadão.
Na verdade a dificuldade já vem bem antes da pandemia. A prática do “pagou, entrou” causou desinteresse das pessoas em se associarem, terem uma despesa mensal. A pandemia foi o “tiro de misericórdia”.