Thaiane esperou sete anos por um fígado que não chegou a tempo

Doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas, assim como, a doação de sangue.

Thaiane esperou sete anos por um fígado que não chegou a tempo
Thaiane esperou sete anos por um fígado que não chegou a tempo

Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação.

Porém, ainda é preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão. Ninguém pode prever o que a vida reserva e, um dia pode estar na fila de espera ou ser algum familiar ou amigo. Doar órgãos é doar vida, esperança e amor ao próximo.

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O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

Essa introdução falando de um assunto muito importante é para homenagear uma guerreira, que passou sete anos em frente ao hospital em Porto Alegre à espera de uma ligação que não chegou a tempo. A alegretense Thaiane de Souza Pimentel, faleceu no último dia 6 de novembro em Porto Alegre.

A mãe, Cláudia Valéria de Souza e os irmãos Adriana e Denilson, decidiram fazer uma homenagem pela garra, determinação e luta de todos os dias desde o diagnóstico. Thaiane foi residir na Capital pois a partir de uma ligação ela teria muito pouco tempo para estar no hospital e realizar o transplante. Então mudou-se pra lá e realizava o tratamento necessário.

Ela que sempre foi uma menina muito saudável, certo dia em razão de um exame de rotina para verificar um possível amarelão na pele, soube que estava com cirrose de etiologia não definida e Coledocolitíase assintomática. Durante os 7 anos, segundo a mãe, ele realizou 120 Ligadura Elástica de Varizes Esofágicas. Mas tudo isso, jamais a fez perder a fé e a esperança, além do bom humor e da alegria de viver. Tudo estava sempre bem e o olhar sempre era para as coisas boas em todos os sentindos.

Homenagem da família à Thaiane:

“No último dia 6, às 2h08min, na Emergência do hospital Santa Clara em Porto Alegre, Thaiane fechava as cortinas do seu palco.

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A menina do sorriso largo, determinada, forte e corajosa, de um coração enorme que estava sempre de alto astral, mesmo nos dias em que estava mais debilitada, faleceu depois de 7 anos à espera de um transplante de fígado.

Em cada exame que o resultado não era positivo ou que havia uma piora no quadro, mesmo assim, ela conseguia manter sua fé e seu jeito brincalhão, pois na saída dizia: vamos, estou com fome, preciso comer para comemorar a vida. E assim, passava sua energia contagiante.

Entre idas e vindas para o hospital, entre emergência e UTI, era uma força a mais que ela demonstrava, sempre com sua esperança incrível. Ela era apaixonada por conversar, ler, passear, comer comidas diferentes e cantar. Quem teve o prazer de conhecê-la sempre ganhou um sorriso, uma palavra de carinho e para àqueles que julgava que estavam precisando de um auxílio ressaltava: pode me ligar qualquer horário.

Minha filha era estudante de Engenharia Agrícola, formada em inglês e sempre falava: não tenho medo de morrer, pois o Senhor tem várias morados e, se eu tiver que ir é porque ele está precisando de mim – acrescenta Cláudia.

Thaiane estava sempre precisando de doações de sangue e o principal, era a doação de um fígado, por isso, ela estava sempre levantado essas bandeiras e falando da importância de ambos, mesmo antes de ficar na fila do transplante, era uma menina feliz e muito meiga. Ela era simples e o carinho que transbordava por todos sempre foi a maior riqueza. Dependendo do doador, até 50 pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos.

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Para encerrar, a mãe os irmãos e uma amiga da família Carmem Nunes destacam: pra nós, sempre vai ficar um legado de coragem, amor próprio e esperança pela vida. A passagem dela aqui, nos iluminou e assim será todos os dias por toda sua energia e amor. Ela jamais será apenas saudade, é símbolo de uma grande luta que devemos continuar a falar sobre essa nobre causa que é salvar vidas – sendo assim – a relevância em doar sangue e doar órgãos. Todos unidos pela vida!

“Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me concederá naquele Dia; e não somente a mim, mas certamente a todos os que amarem a sua vinda.

Fica o seu legado de coragem e amor pela vida – encerram.

Sobre a doação de órgãos:

A doação de órgãos é feita a partir da remoção de um órgão ou tecido de um doador voluntário ou de uma pessoa que veio à óbito e que autorizou a remoção e doação dos seus órgãos e posterior transplante para uma pessoa que precisa daquele órgão para que possa dar continuidade à sua vida.

Para ser doador de órgãos no Brasil, é preciso informar à família deste desejo, pois não há necessidade de deixar registrado em nenhum documento. Atualmente é possível doar rins, fígado, coração, pâncreas e pulmões, além de tecidos, como córnea, pele, ossos, cartilagens, sangue, válvulas cardíacas e medula óssea.

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Alguns órgãos, como rim ou um pedaço do fígado, por exemplo, podem ser doados em vida, no entanto a maioria dos órgãos que podem ser transplantados só podem ser retirados de pessoas que tiveram confirmação de morte cerebral.

Praticamente todas as pessoas saudáveis podem doar órgãos e tecidos, mesmo estando em vida, porque determinados órgãos podem ser compartilhados. No entanto, a maioria das doações acontece em casos de: morte cerebral; após parada cardíaca; pessoas que faleceram em casa; em caso de anencefalia.

Não existe limite de idade para doar órgãos, mas é fundamental que eles estejam funcionando perfeitamente, pois o estado de saúde do doador é que irá determinar se os órgãos e tecidos poderão ser transplantados ou não.

A família também convida a todos para a Missa de Sétimo Dia que ocorre neste sábado às 19h, na Igreja Matriz em Alegrete.

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