Um grande soldado da nobre missão de salvar vidas vai para a reserva

Aconteceu nesse último dia 19 de março, o tradicional banho de despedida junto aos colegas bombeiros de Alegrete, do 1º sargento Lagemann, que passa para condição de Militar da Reserva Remunerada.

Acompanhe um pouco da trajetória do 1º Sargento Rubens Lagemann, do Corpo de Bombeiros Militar de Alegrete, que teve sua vida militar, toda, voltada aos serviços da população gaúcha, especialmente ao povo de Alegrete.

Natural de Três Passos – RS, tudo teve início quando ele chegou em Alegrete para servir ao Serviço Militar Obrigatório no ano de 1987.

Seguiu carreira no Exército como 3ºSgt Temporário, onde permaneceu por 5 anos, oportunidade onde fez laços de amizades para toda vida. No ano de 1990, casou-se com a alegretense Ana Lúcia Teodósio, com quem tem dois filhos.

Ainda no ano de 1991 prestou concurso para o Corpo de Bombeiros Militar do RS, sendo formado na Escola de Bombeiros de Porto Alegre, local onde serviu por poucos meses, sendo transferido para Alegrete no ano de 1992.

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Desde então, foi aqui que dedicou seus serviços, foi onde construiu amigos e sua carreira cheia de histórias e memórias que marcaram seu coração e mente, muitas tristes e outras tantas alegres por ter colaborado em trabalhos que resultaram em felicidade para tantos desconhecidos.

A escolha da carreira

Sobre a escolha da carreira como Bombeiro Militar, respondeu dizendo que foi de fácil adaptação pois o Exército Brasileiro lhe havia forjado o espírito e o caráter de abnegação em favor da sociedade, mesmo sabendo que seria uma carreira de riscos a própria vida, onde o salário não lhe traria riquezas, sentiu-se atraído por saber que poderia trabalhar fazendo o bem ao próximo.

Fatos marcantes

Já em relação a fatos ou ocorrências marcantes em sua carreira, preferiu não discorrer sobre lembranças específicas, mas relatou que foram muitas às vezes que se deparou com o perigo, mas sempre teve a confiança da proteção divina, o amparo, a segurança e apoio dos colegas de farda para bem atuar nos momentos críticos.

E, a esses colegas de farda, que se tornaram amigos e parceiros do sacerdócio de ser bombeiro, que o sargento Lagemann deixa seu agradecimento e reconhecimento por terem compartilhado sua vida profissional.

Deixa, também, um agradecimento público a esposa e filhos por suas compreensões às exigências profissionais que o levaram a tantas faltas junto à família.

Foi uma vida de orações e fé, pedindo pelo retorno seguro ao lar, junto à família e amigos. Ser Bombeiro ou Policial Militar é não ter a certeza de ao lar retornar.

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O sargento Lagemann, relatou que foram vários os aniversários ausentres porque era dia de plantão. Foram muitos os finais de semanas programados para passar com os filhos e que de um momento para outro foram frustrados por uma escala extraordinária, um chamado de urgência para apoio aos colegas de plantão.

Foram muitas as festas de Natal, de final de ano passados longe dos familiares, cumprindo escalas de 24h de serviço junto aos colegas de profissão, assim como, muitas as refeições interrompidas e por tantas vezes não concluídas, para bem atender aos chamados de urgência, onde a ocorrência não tem horário para descanso, intervalo para refeição, onde o calor ou frio colocam a prova toda coragem, o moral e bravura do bombeiro.

“ Sou do tempo em que equipamento de proteção se resumia a uma bota de borracha e uma capa de lona” – diz o sargento Lagemann.

Herói

Quanto ao estigma de herói que o bombeiro carrega, diz se tratar de um imaginário infantil e por muitas vezes dita pelo cidadão que expressa seu reconhecimento pela bravura e caráter altruísta do bombeiro, mas que na verdade não enxerga nada de herói na profissão.

Reconhece seus valores, coisa que muitos cidadãos e políticos não o fazem na devida proporção que colocamos nossas vidas em risco para defender a sociedade.

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Sargento Lagemann diz que esse heroísmo apresentado pelos bombeiros e  policiais, é fruto do treinamento, da abnegação, altruísmo, empatia, do acumulo de experiências e da confiança delegada aos colegas.

Ressaltou que nem sempre o bombeiro tem êxito em seu trabalho, pois como ser humano, tem suas limitações físicas, emocionais e psicológicas e que os equipamentos têm suas limitações de emprego, que o caminhão não voa, que não temos um submarino à disposição, que a água tem seu limite no reservatório, por esses motivos, muitos desconhecem as questões técnicas e criticam por ignorância o trabalho realizado.

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Considera que a sociedade desconhece as mazelas da profissão de bombeiro, desconhece as cicatrizes que carregam na alma, os traumas da mente, não sabem das tristezas que carregam em suas lembranças. Mas diz encontrar o conforto, a gratidão e o reconhecimento pelo trabalho realizado ao ver o brilho nos olhos, o sorriso, o aceno de uma criança ao ver passar o caminhão dos bombeiros.

Por fim, acrescenta que se sente realizado na profissão que escolheu pois através dela pode educar e formar com virtudes os dois filhos, Harley Aaron (Bel. Direito) e Hailon (Bel. Direito), este último que segue a profissão do pai, servindo como Bombeiro Militar na cidade de Passo Fundo.

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“Agradeço a Deus por ter chegado nesse momento da vida, depois de 39 anos de trabalho e estar com boa saúde. Agradeço aos colegas de farda por terem feito parte da minha história como bombeiro de Alegrete” conclui.

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