Veterinário explica como ocorre a transmissão da febre maculosa e se há risco de casos em Alegrete

A febre maculosa é uma doença infecciosa transmitida por carrapatos que gerou debates e dúvidas na cidade de Alegrete.

Para esclarecer a situação, o PAT conversou com o médico veterinário Carlos Humberto Vasques da Conceição, que possui 34 anos de experiência na área. Ele explicou que, nas últimas semanas, têm ocorrido discussões sobre o assunto entre os órgãos e profissionais competentes.

A febre maculosa pode afetar tanto humanos quanto outros animais, e sua transmissão ocorre por meio da picada de carrapatos vetores infectados. A doença é causada por bactérias do gênero Rickettsia.

O médico veterinário confirmou que a forma potencialmente letal da febre maculosa nunca foi registrada no Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), entre 2007 e 2022, foram confirmados 17 casos da doença no estado, sem nenhum óbito. Até o momento, em 2023, não há confirmação de casos no estado.

Músico virou “dono de casa” na pandemia e diz que foi a melhor escolha que fez na vida

No Rio Grande do Sul, a transmissão da febre maculosa não está associada ao carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), mas sim a outras espécies de carrapatos do gênero Amblyomma, encontrados em animais silvestres e, ocasionalmente, em cães e gatos. É importante observar que a febre maculosa não tem perfil de ocorrência em áreas urbanas no estado. A maioria dos casos está relacionada a pessoas que frequentaram áreas de mata densa, trabalhando ou realizando atividades de caça e trilha.

Além disso, o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) não representa qualquer risco de transmissão da febre maculosa aos seres humanos. O carrapato comum do cão nas áreas urbanas (Rhipicephalus sanguineus) também não tem sido considerado um vetor relevante da doença.

A forma potencialmente letal da febre maculosa concentra-se principalmente na região Sudeste do Brasil e, ocasionalmente, no Paraná. São Paulo é o estado que registra a grande maioria dos casos letais, nos quais as pessoas apresentam febre e manchas hemorrágicas pelo corpo. Embora seja comum em quase todo o Brasil, o carrapato Amblyomma sculptum não é encontrado no Rio Grande do Sul, principalmente devido a questões climáticas.

Alegretense é o melhor ginete em encontro de tropilhas no Plano Alto

Portanto, com base nas informações fornecidas pelo médico veterinário Carlos Humberto Vasques da Conceição, é importante ressaltar que a febre maculosa não representa um risco significativo no Rio Grande do Sul, pois uma forma potencialmente letal da doença nunca foi registrada no estado. A transmissão ocorre principalmente em áreas rurais, associada a carrapatos do gênero Amblyomma encontrados em animais silvestres. É fundamental que as pessoas tomem cuidado ao frequentar áreas de mata densa, como o uso de repelentes e roupas personalizadas, para evitar que carrapatos na sua forma infectante possam prender-se nas pessoas possibilitando um maior risco de contrair doenças dos quais são potenciais vetores.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários