Nesta semana, Lilian fez um desabafo na rede social da empresa Bella Doce e teve uma grande repercussão.
Ao ser entrevistada pelo PAT, ela disse que não tinha ideia de que poderia ocorrer todo o envolvimento como está sendo nas redes sociais. Foram quase 200 comentários e mais de 85 compartilhamentos em poucas horas.
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” Não esperava que isso fosse acontecer, porém, acho muito importante. Muitas pessoas ficam “presas” em algumas situações e meu arrependimento é esse, apenas de não ter iniciado antes” – comenta.
Lilian e o esposo são alegretenses e retornaram para a cidade natal no início deste ano. Eles residiam em Santa Catarina e precisaram sair de lá em decorrência de problemas de saúde de Cassio.
Desta forma, ficaram um período em Santa Maria, entretanto, a empresa o dispensou. “Ficamos os dois desempregados, com aluguel, alimentação e um filho de dez anos, precisávamos fazer algo. Foi então que surgiu a ideia dos doces, e confesso, eu nem sabia por onde começar pois não fazia brigadeiro, nem de panela para comer aos domingos(rsrsr).”- complementa.
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Todavia, ela e o esposo iniciaram a produção e passaram a vender de porta em porta, além do comércio em Santa Maria. Já no início do ano, com a oportunidade de retornarem para Alegrete, o casal decidiu empreender aqui, desde então, atuam diariamente com a venda de doces nas empresas do Município.
O desabafo de Lilian, em sua rede social, foi em razão dos constantes questionamentos que recebe de algumas pessoas quando ela está oferecendo os docinhos. “A Bella Doces é minha e do meu esposo. Trabalhamos até tarde todas as noites para deixar todas as massas prontas, depois, durante a manhã confeccionamos os doces e à tarde saímos para vender. Ele é meu braço direito, esquerdo, minhas pernas, é o meu suporte, pois atuamos juntos.”- pontua.
Lilian cita em sua postagem que muitos questionamentos são pelo motivo de não procurar emprego, se tem vergonha ou como será no verão, pois muitos acreditam que os doces são apenas consumidos no inverno.
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Desta forma, acrescenta que ela e o esposo são empreendedores e o fato de também ter a liberdade de ser o próprio chefe, isso significa que não precisa passar pela angustia do receio de perder o emprego em cada situação que precisa sair, principalmente, por motivos graves como um problema de saúde com o filho ou algo semelhante. Também contextualiza que já recebeu propostas de trabalho e recusou, pois acredita que está no caminho certo, pois a luta é diária e não pensa em desistir, mesmo que algumas pessoas ainda acreditem que possa ser uma vergonha andar com as caixinhas de doces de comércio em comércio.
Veja abaixo, na íntegra, a postagem de Lilian que teve centenas de mensagens a incentivando e apoiando:
Que vergonha onde você vai com essa caixa?? Por que não procura um emprego? Que dó! Isso não tem futuro, desiste! Quando você vai procurar um emprego de verdade? Quem vai querer comprar doces de você na rua??! No inverno ainda o povo come, mas e no verão como vocês vão se sustentar?? Logo desiste…
Esses são alguns dos questionamentos que já ouvi e de vez em quando ainda ouço desde que iniciamos nas vendas de rua.
Não procuro emprego porque nunca fui tão valorizada quanto por mim mesma, nunca fui tão respeitada e nunca tive tanta liberdade de ir e vir!
Não procuro emprego porque não quero ter que dar satisfação quando meu filho ficar doente, ou precisar levá-lo ao médico e quando voltar para trabalhar ver o chefe emburrado pois tive que me ausentar por uma necessidade médica, e ainda por cima correr o risco de ser demitida!
Eu sou minha própria chefe e luto pelos meus sonhos e não pelos sonhos de outra pessoa. Já recebi proposta de emprego e recusei, daqui uns dias é segunda-feira novamente e eu não estou desempregada, eu sou uma empreendedora e com orgulho.
Meu único arrependimento é não ter começado antes, as vendas nas ruas estão mudando minha vida e da minha família