Alegrete regride para bandeira vermelha no distanciamento controlado do RS

Nesta sexta-feira(12), Alegrete retornou, mais uma vez, para bandeira vermelha. A reportagem falou com Prefeito Márcio Amaral e foi informada que o Município já faz parte do sistema da Cogestão e ele está em tratativas com a AMFRO para adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira laranja. A vigência das novas bandeiras será de 16 a 22 de fevereiro.

O mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (12/02), traz 16 regiões em bandeira vermelha e apenas cinco em laranja. Resultado que reflete o alto risco para esgotamento da capacidade hospitalar e a velocidade de propagação do vírus no estado. Na véspera do Carnaval, o governo do Estado também fez alertas específicos sobre cuidados e o estágio da doença no Rio Grande do Sul.

A Região de Uruguaiana apresentou aumento de 50% no número de registros de internações por Covid-19 (passando de 18 para 27 registros). E, apesar da queda de 38% no número de óbitos, o efeito do aumento de 12% nos internados em UTI na macrorregião Centro-Oeste fez com que o indicador de projeção de óbitos se mantivesse em bandeira preta, mesmo que tenha reduzido o valor de 5,26 para 5,02.

O número de internados por Covid-19 em leitos clínicos também registrou aumento, passando de 66 para 109 (65%). Além disso, passou a apresentar 0,72 leito livre para cada ocupado por Covid-19, o que acarretaria também a aplicação da salvaguarda de bandeira vermelha.

 

Veja a classificação prévia da 41ª rodada em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br

Entre os indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, chamam a atenção a forte elevação no número de confirmados em leitos clínicos (+23%), o aumento nos registros de hospitalização (+32%) e também no número de óbitos (+16%). As internações em UTI se mantiveram estáveis (+1%).

 

Na 41º semana do modelo de Distanciamento Controlado, houve leve aumento no número total de leitos de UTI ocupados. Considerando a estabilidade no total de leitos e também dos confirmados com Covid-19 em UTI, a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 reduziu para 0,79 no Estado.

 

Aglomerações seguem proibidas

Com o feriado de Carnaval, o Gabinete de Crise chama a atenção para que os gaúchos sigam respeitando os protocolos, principalmente quanto à higienização constante das mãos, evitar aglomerações e o uso obrigatório de máscara em todas as bandeiras. “A segurança pública do Estado, em conjunto com os municípios, está pronta para agir de maneira preventiva, evitando aglomerações e festas clandestinas. Mas precisamos que a sociedade gaúcha contribua e siga tomando todos os cuidados necessários”, frisou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.

Importante lembrar que as festas de Carnaval estão proibidas, por não atenderem aos protocolos mínimos de segurança sanitária. A estratégia adotada no modelo de Distanciamento Controlado utiliza-se de evidências científicas e análise de dados para definir níveis de riscos (traduzidos em bandeiras) e aplicar restrições na proporção, momento e local em que forem necessárias, com protocolos para cada atividade econômica conforme a região. Confira aqui os protocolos específicos para cada bandeira.

• Veja aqui os Protocolos Gerais e Específicos de combate ao coronavírus.

Casos na Serra preocupam

O novo Boletim Genômico sobre as cepas de coronavírus no Rio Grande do Sul, finalizado nesta sexta-feira (12/2), registrou o primeiro caso da linhagem P1 no Rio Grande do Sul. O caso foi notificado em um morador de 88 anos da região da Serra, que apresentou os primeiros sintomas da doença no final de janeiro.

A P1 é uma variante da Covid que tem como característica já conhecida a maior capacidade de transmissão, ou seja, transmite mais rapidamente o vírus de uma pessoa para outra.

A variante predominante no Estado é a P2, ainda em estudos. “Não sabemos como irá evoluir o cenário a partir da interação das duas variantes no mesmo ambiente”, explica a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos.

 

As amostras sequenciadas que geram as informações do boletim fazem parte da estratégia de vigilância genômica que busca detalhar o perfil das variantes do Estado. “Vamos ampliar o número de amostras da região da Serra para tentar identificar outros casos, ou determinar se é um caso isolado”, diz Cynthia

Na última semana, as macrorregiões Centro-Oeste (+7), Metropolitana (+17) e Vales (+8) acumularam aumento de pacientes confirmados em UTI. Nas Macrorregiões Centro-Oeste (+47), Metropolitana (+71), Norte (+32) e Serra (+42) e Vales (+18), houve aumento de confirmados em leitos clínicos na semana.

COGESTÃO

As associações regionais que desejarem enviar pedido de reconsideração ao mapa preliminar têm prazo de 36 horas para encaminhar a solicitação ao governo. O formulário online ficará disponível até as 6h30 de domingo (14/2) no https://forms.gle/SLdvQKBATe3z4Guu6.

O site do governo divulgará, na manhã de domingo, notícia sobre número de recursos recebidos. Os pedidos serão analisados pelo Gabinete de Crise, e o mapa definitivo, divulgado também no portal de notícias às 16h30 de segunda-feira (15/2). A vigência das novas bandeiras será de 16 a 22 de fevereiro.

Caso a classificação prévia seja mantida, as 14 regiões em bandeira vermelha que aderiram ao sistema de cogestão regional podem adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira laranja. Guaíba e Santa Maria, que não aderiram à cogestão, devem seguir os protocolos de bandeira vermelha determinados pelo Estado.

As cinco regiões classificadas em laranja e participantes do sistema de cogestão podem utilizar protocolos de bandeira amarela, se estiverem previstos e atualizados nos seus planos regionais.

Confira os protocolos próprios de cada região: https://planejamento.rs.gov.br/cogestao-regional

 

Com informações: Juliana Roll/Ascom GVG e Raiza Roznieski/Ascom Sict

Fotos : Dario Matos