Alegretense, da Universidade de Houston, busca terapias mais seguras contra o câncer

A equipe de pesquisa, coordenada pelo alegretense Dinler Amaral Antunes, acaba de publicar uma nova ferramenta computacional para predizer o risco de reações adversas causadas por um tipo específico de terapias contra o câncer, as chamadas imunoterapias.

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Segundo o professor alegretense da Universidade de Houston, as imunoterapias revolucionaram o tratamento do câncer, conferindo o premio Nobel de Medicina e Fisiologia para o pesquisador americano James Allison (Professor do Centro de pesquisa em câncer MD Anderson, em Houston, Texas). Antunes destaca que as imunoterapias envolvem a manipulação do sistema imunológico do próprio paciente, para encontrar e eliminar células tumorais, inclusive metástases.

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No entanto, a super estimulação do sistema imunológico pode desencadear reações autoimunes, nas quais as células do sistema imunológico acabam atacando células sadias. Em um caso dramático descrito em 2013, pacientes sendo tratados para melanoma (um câncer de pele) desenvolveram uma resposta imunológica grave contra células do coração. Esta inesperada reação adversa causou a morte de alguns pacientes em estudos clínicos nos EUA e na Inglaterra.

Para resolver este problema, o pesquisador de Alegrete buscou ajuda no Rio Grande do Norte, contratando o pesquisador de pós-doutorado André Fonseca para trabalhar neste projeto. Na época, Dr. Fonseca realizava pesquisa de pós-doutorado na USP, também trabalhando com pesquisas computacionais em imunologia.

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Depois de dois anos de trabalho no laboratório do professor Antunes, da Universidade de Houston (EUA/Texas), a dupla desenvolveu uma ferramenta chamada CrossDome, que usa uma combinação de informações genéticas e bioquímicas para prever se as imunoterapias podem atacar por engano células saudáveis.

O alegretense Dinler Antunes, atua como Professor Assistente de Biologia Computacional na Universidade de Houston (Houston, TX, EUA). É formado em Biomedicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com mestrado e Doutorado em Genética e Biologia Molecular pela mesma Universidade (PPGBM/UFRGS).

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“Nossa ferramenta CrossDome ajuda a prever os riscos potenciais de um tipo de imunoterapia baseada em linfócitos T, que incluí as vacinas contra câncer. Ele usa uma combinação de diferentes tipos de informações (chamadas de multi-ômica) para fazer previsões e identificar se o tratamento pode acidentalmente prejudicar células saudáveis”, disse Dinler Antunes, professor assistente de Biologia Computacional no Departamento de Biologia e Bioquímica da Universidade de Houston. O trabalho foi publicado na revista Frontiers in Immunology, e pode ser lido na integra pelo site da revista. “O CrossDome avalia a similaridade bioquímica entre o alvo tumoral que se deseja atacar (proteína do câncer), e todas as proteínas presentes em células sadias. Esta informação pode ajudar os pesquisadores a escolher alvos mais seguros para o desenvolvimento de tratamentos personalizados”, disse André Fonseca, primeiro autor do estudo.

André Fonseca é natural de Assu (RN), e hoje atua como Cientista Computacional no Centro de Pesquisa em Câncer MD Anderson (Houston, TX, EUA). É formado em Biologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com mestrado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e Doutorado em Bioinformática pela UFRN.

Para testar a eficácia do CrossDome, Dr. Fonseca utilizou 16 casos bem conhecidos de reação adversa envolvendo linfócitos T, incluindo o caso de danos cardíacos em melanoma. A ferramenta identificou com sucesso todos os 16 alvos espúrios (off-targets), colocando-os no topo de uma lista com mais de 900,000 alvos possíveis. No caso da proteína cardíaca, o CrossDome mostrou o alvo conhecido entre os top 10 alvos preditos.

Fortalecendo os resultados, CrossDome anota os alvos com informações de diferentes conjuntos de dados funcionais para ajudar a avaliar em quais tecidos aquela proteína pode estar presente, e a probabilidade de desencadear uma resposta imunológica.

“Essa informação nos ajuda a decidir quais alvos potenciais apresentam maior risco, e devem ser testados em experimentos laboratoriais antes destas imunoterapias serem utilizadas para tratar pacientes”, disse Antunes.

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CrossDome já está disponível para download gratuito, e está sendo aplicado em outros projetos coordenados pelo Dr. Antunes, que agora busca financiamento e parcerias para continuar desenvolvendo e testando o CrossDome. A equipe do Dr. Antunes atualmente conta com 8 pessoas, incluindo duas gaúchas (Martiela Freitas, pesquisadora de pós-doutorado, e Pâmella Borges, aluna de doutorado). O Dr. Fonseca recentemente assumiu uma posição de cientista computacional em uma equipe do centro de pesquisa em câncer MD Anderson, mas ainda participa em pelo menos 3 projetos em colaboração com o Dr. Antunes.

Equipe de pesquisa do Laboratório Antunes, na Universidade de Houston. Da esquerda para a direita, Martiela Freitas (Pesquisadora de Pós-Doutorado), Pâmella Borges (aluna de Doutorado em Biologia Molecular), Nhu Le  (aluna de Doutorado em Biologia Molecular), André Fonseca (atualmente Cientista Computacional no MD Anderson), Sae Hee Choi (aluna de Doutorado em Biologia Molecular), Finn Beruldsen (aluno de Doutorado em Bioquímica) e Jaila Lewis  (aluna de Doutorado em Bioquímica).

Fotos: reprodução

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