Assercal ainda acredita que o Carnaval deste ano vai sair

O carnaval de rua, de Alegrete, inicialmente estava agendado para ser realizado no final de março deste ano, logo depois, houve a informação de que seria no início de abril.

Porém, diante da incógnita que assola o movimento atualmente, devido ao atraso na retomada das obras dos camarotes, a reportagem do PAT contatou o presidente da Assercal, Rafael Faraco, para saber qual o cenário atual e a expectativa para o carnaval de rua neste ano de 2024.

Para relembrar o impasse atual, destaca-se que no dia 3 de janeiro por solicitação do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, 1ª Vara Civil da Comarca de Alegrete, ocorreu a suspensão temporária das obras de construção dos camarotes na Avenida Ignácio Campos de Menezes.

O despacho foi resultado de uma ação cautelar de produção antecipada de prova movida pelo Ministério Público em relação à Associação das Entidades Recreativas Culturais e Carnavalescas de Alegrete, (ASSERCAL), Prefeitura Municipal, Gilson Moura Vaucher e Cristian Reinhold Jung. O trabalho tinha sido retomado depois de uma parceria entre Assercal, Construtora Sotrin e outras empresas, naquele dia.

A medida foi tomada em resposta às irregularidades apontadas nas estruturas dos camarotes, inicialmente destinadas ao Carnaval de Rua de Alegrete de 2023. Desde o início da construção, as estruturas apresentaram diversas patologias, demandando readequações e gerando preocupações relacionadas à segurança. Apesar dos repasses financeiros autorizados pelo Município de Alegrete à ASSERCAL, totalizando R$ 1.052.000,00, as obras permaneceram inacabadas, conforme alega o Ministério Público.

No dia 16 de janeiro, por quase 1h30 min, o grupo composto por, Rafael Faraco de Souza, presidente da associação carnavalesca, procurador do município, Paulo Faraco, engenheiro Alisson Cooper, promotor Gabriel Munhoz Capelani e seu assessor Douglas Vieira Rodrigues, assim como, o engenheiro técnico do MP, Léo Jaime Zandonai, acompanharam in loco a vistoria realizada pelo engenheiro civil Miguel Augusto Almada Almirão.

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Eles ouviram atentamente as explicações técnicas do engenheiro, que atendeu à indicação do juiz Felipe Bambirra para confeccionar um laudo pericial, que deverá ser entregue essa semana.

O evento fora de época já mobiliza escolas de samba que estão realizando ensaios e com expectativa de irem para a Avenida. O que se percebe é que no ano anterior, havia mais determinação e confiança do povo carnavalesco e dos apaixonados pelo samba.

Abaixo a nota enviada por Rafael Faraco, atual presidente da Assercal.

Primeiramente, foi um compromisso de todas as escolas de samba e da Assercal junto à Prefeitura de Alegrete de tentar, por meio de recursos privados, resolver o problema da obra. Quando digo todas, são todas, sem exceção, que firmaram esse compromisso na frente do Prefeito márcio Amaral. Como era um compromisso, negociamos por meses com mais de uma empresa e, finalmente, a construtora Sotrin comprou o projeto e entrou como patrocinadora master do evento. Ainda em dezembro, o engenheiro Jorge Sobrosa confirmou o início das obras para o dia 3/1, sendo que, para nossa surpresa, um dia antes já havia alguns funcionários trabalhando.

Foi todo um processo de montagem de equipe, com trabalhadores inclusive vindo de outras cidades. Dessa forma, dentro do cronograma da empresa, tínhamos a tranquilidade de realizarmos o carnaval nos dias 5/6 de abril. Pois bem, no dia 3/1, surpreendentemente, sobreveio uma decisão judicial determinando a suspensão dos trabalhos após pedido de perícia pelo MP no local.

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Contestamos o pedido, inclusive reunindo com o Magistrado e argumentando que o local não foi periciado durante o ano inteiro e somente agora, quando as obras iniciaram, foi solicitada perícia. Em vão. Por conta disso, a equipe de trabalho da Sotrin foi desarticulada e estamos desde o dia 3 sem recomeçar os trabalhos. Ressalte-se que uma primeira perícia foi realizada e o MP pediu o cancelamento, sendo que uma segunda também já foi realizada e até ontem não havia sido entregue o laudo pelo perito.

Estamos há 21 dias esperando para podermos retomar as obras, e isso fatalmente faz com que o processo evento inicialmente aprazado para 5 e 6 não tenha a obra concluída a tempo. É importante destacar que o judiciário, no primeiro despacho, havia sinalizado a retomada das obras após a perícia, sendo que a mesma já ocorreu e o local ainda não foi liberado.

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Sabemos que o carnaval possui uma certa resistência de alguns setores da sociedade, porém essa morosidade e descaso com o nosso segmento prejudica não só a arrecadação do Município quanto os menos favorecidos que muitas vezes só possuem o carnaval como momento único de diversão no ano. Não só os carnavalescos estão sendo prejudicados, mas principalmente a camada menos favorecida da sociedade. Ontem ocorreu uma reunião com o engenheiro Jorge Sobrosa, porém sem resolutividade, diante da espera pela conclusão do laudo pericial. Neste dia(26), teremos uma reunião com o Prefeito Márcio Amaral.

Em resumo, todo o segmento foi prejudicado, a comunidade foi prejudicada, porque já poderíamos estar com um módulo de camarote praticamente concluído a esta altura. Mas como diz uma letra de uma obra, “samba agoniza, mas não morre, alguém sempre te socorre antes do juízo derradeiro”, enquanto amantes do carnaval, nós não vamos desistir e vamos lutar até o final, até porque o interesse da comunidade sempre deve estar acima de interesses pessoais e principalmente politiqueiros.

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