Caminhada por justiça para autor de feminicídio que destroçou família

Na manhã desta segunda-feira(28),familiares se reuniram no Parque Rui Ramos, em Alegrete, para uma caminhada que teve como destino a frente do Fórum, na Avenida Tiaraju, Zona Leste, de Alegrete.

O motivo desse protesto foi muito mais do que um grito por justiça; era a expressão poderosa de uma família determinada a fazer com que a memória de Nair Terezinha Fernandes Lima permaneça viva enquanto buscam a condenação do autor da crueldade que a tirou de suas vidas. Aos 45 anos, Nair teve sua vida interrompida de forma covarde e abrupta pelo ex-companheiro, Luiz Claudio, em um feminicídio no dia 19 de julho de 2022.

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Naquela manhã fatídica, Nair estava dormindo quando foi atacada e estrangulada por Luiz Claudio de 50 anos. Na sequência, ele se deslocou até a Delegacia de Polícia e se entregou à polícia, ficando no Presídio de Alegrete desde então, aguardando julgamento.

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O protesto, que partiu do Parque dos Patinhos às 8 h, foi liderado por familiares e amigos de Nair. Munidos de cartazes e balões brancos, eles demonstraram coragem e determinação em busca por justiça. A caminhada culminou na frente do Fórum, onde os familiares entraram para acompanhar os procedimentos judiciais.

Ano passado, cinco dias após o crime brutal, a família de Nair conversou com nossa equipe. Reunidos na casa da mãe, Elaine Terezinha Fernandes Lima, os filhos Thales, de 20 anos, e Gustavo, de 16 anos, compartilharam memórias da mãe que revelam não apenas a dor da perda, mas também a força e a resiliência de Nair diante das adversidades.

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Segundo os filhos, a vida ao lado de Luiz Claudio nunca foi fácil. Embora nunca tivessem testemunhado agressões físicas, a pressão psicológica sobre Nair era opressiva. Thales e Gustavo lembram como a mãe sempre protegeu e cuidou deles, trabalhando incansavelmente para garantir o sustento da família, enquanto Luiz Claudio se mostrava indiferente às necessidades dos filhos.

“Nossa mãe era uma pessoa maravilhosa que sempre fez tudo por nós, trabalhou duro a vida toda e pontuamos – nunca tivemos pai, ele sempre foi nosso patrão”, afirmam os filhos.

Nair era uma guerreira incansável, por um tempo chegou a gerenciar uma chácara, cuidando dos animais e mantendo a casa em funcionamento. Mesmo quando doente, ela sacrificava seu próprio conforto para garantir que seus filhos tivessem o mínimo necessário. O relacionamento com Luiz Claudio era marcado por brigas constantes devido ao egoísmo dele e falta de apoio à família.

O protesto desta segunda-feira é um testemunho não apenas da dor da família, mas também da força de Nair e da necessidade de combater a violência doméstica. A família busca justiça não apenas para Nair, mas também para todas as vítimas de relacionamentos abusivos. Eles estão determinados a compartilhar a história de Nair, destacando sua coragem e dedicação, enquanto esperam o veredito final ao autor.

“Ele sempre foi egoísta, possessivo e nos tratava como empregados dele. Embora nunca tenha nos agredido fisicamente, nem nossa mãe, sabemos o que passamos. A pressão psicológica e a forma que ele a ameaçava era tão cruel quanto agressão física”, concluem.

O resultado do julgamento de Luiz Claudio é aguardado com ansiedade.

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