Com obras dos camarotes paradas, carnaval de Alegrete é uma incógnita

Do longínquo carnaval de 2014, Alegrete passou 9 anos sem ter desfile de escolas de samba. Em 2022, se vislumbrou um projeto de retorno do carnaval de rua em um novo local.

Um ousado projeto de construir camarotes na avenida Inácio Campo de Menezes, trouxe para cidade expectativa de uma obra que serviria para outras atividades da comunidade. Em junho do ano passado, o presidente Gilson Vaucher, anunciou que 250 mil reais já estavam garantidos, este valor seria correspondente a 100 mil do Deputado Federal Afonso Motta e mais 150 mil via emenda do Deputado Federal Henrique Fontana. Um mês depois, o projeto de como seria montada a estrutura foi apresentado na Câmara de Vereadores de Alegrete.

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A Assercal mobilizou escolas e reuniu forças do carnaval. Inicialmente previsto para ocorrer fora da época, nos dias 4 e 5 de março, não foi possível devido a obra não estar finalizada.

Denúncia

Uma denúncia feita pelo engenheiro Vicente Aquino à Câmara, de que havia problemas estruturais na obra, levou uma comissão de vereadores a pedirem o adiamento por 10 dias para realização do evento. No Ministério Público, o radialista e repórter Dariano Moraes, ingressou com uma ação, diante dos problemas, inclusive alertando para risco de acidentes, se a construção dos camarotes fosse concretizada da forma como vinha sendo feita a edificação da obra.

O MP através da Promotoria de Justiça Especializada, destacou em nota que vinha acompanhando todas ocorrências relativa à obra e fiscalizando. Engenheiros técnicos do MP estiveram na avenida e não caracterizaram omissão da prefeitura sobre as obras promovidas pela Assercal. Profissionais do CREA estiveram no canteiro de obras, juntamente com o prefeito Márcio Fonseca do Amaral, no dia 2, e confirmaeam que não havia irregularidades.

Um dia antes da data prevista para ocorrer a primeira noite de desfile, o evento foi adiado por razões diversas que incluíram até situação climática.

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Obra

A concepção do projeto dos camarotes foi desenvolvida pelo arquiteto Carlos Budel, a partir do conceito original do empresário Gilson Vaucher e desenho de Pery Anahaia.

A construção de 143 módulos teve um aporte financeiro inicial de R$ 700 mil de recursos livres dos cofres públicos e R$ 250 mil entre emendas parlamentares dos deputados Henrique Fontana e Afonso Mota e recentemente a prefeitura foi autorizada pela câmara a injetar mais R$ 350 mil na obra.

Na quarta-feira (8), a reportagem do PAT esteve na Avenida Inácio Campos de Menezes, e verificou que a obra dos camarotes estão paralisadas. Não existe nenhuma placa informando a construção da obra, nem tão pouco o nome da empreiteira que assumiu o canteiro. Entramos em contato com o ex-presidente da Assercal Gilson, e não obtivemos resposta.

Informações, não oficiais pontuam que o custo da obra seria de um milhão e meio.

O presidente da escola de samba Nós Os Ritmistas e integrante da comissão que responde pela Assercal, Rafael Faraco, disse que está tomando pé da situação toda.

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O que diz a Comissão Pró-Assercal:

Em contato com o carnavalesco Rafael Faraco, ele salienta que a comissão está buscando parceiros que viabilizem a construção dos camarotes, e realizando sucessivas reuniões a cada momento. Nesta quinta-feira (9), deverão ocorrer definições importantes. No momento, reiterou que não tem nada a declarar.

“Estamos fazendo de tudo para realização do evento, aguardando alguns retornos de parcerias, mas em princípio, tudo se encaminha para a realização do carnaval de rua fora de época de Alegrete” comentou o presidente do Pôr do Sol, Marcelo Alves.

O que diz o CREA:

Lulo José Pires Correia- inspetor chefe do CREA em Alegrete, informou que houve fiscalização de profissionais de fora, foi feito o levantamento fotográfico e os dados estão na Câmara Especializada de Engenharia Civil. “Já havia destacado que algumas irregularidades tinham sido apontadas e, numa reunião com a Prefeitura Municipal de Alegrete, todos esses pontos em desacordo foram informados. Na sequência, foram entregues laudos de engenheiros da Prefeitura. Já os engenheiros da Obra, que até o momento, não foram divulgados os nomes, são os responsáveis técnicos(que possuem o RT), desta forma, estes, são os que serão responsabilizados em caso de algum problema”- pontuou.

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Lulo ressaltou que, em momento algum, o CREA foi ou esteve omisso. “Um engenheiro do Ministério Público também realizou um laudo e, assim como a Prefeitura, naquele momento, estava com parecer positivo”- citou.

Portanto, os engenheiros da Prefeitura e do MP não têm responsabilidade alguma sobre a obra.

O que diz a Câmara:

Em contato com o presidente, Luciano Belmonte, ele argumentou que a Câmara tem por dever fiscalizar o valor investido por meio da prestação de contas que iria acontecer posterior ao evento.

“No dia da queda do módulo, foi a primeira vez em que a Câmara recebeu uma denúncia e, imediatamente, CIDBES, compareceu in loco”- disse Belmonte.

A denúncia à Presidência do Poder Legislativo de que havia problemas na obra e de falta de EPIs aos trabalhadores que atuavam na obra dos camarotes levou a comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento e Bem Estar Social à avenida do samba que posteriormente, em documento à Assercal por prudência e cautela, solicitou o adiamento do Carnaval por 10 dias.

“Não somos engenheiros, não há como contestar a obra”- disse o Presidente.

O que diz a Prefeitura:

O prefeito Márcio Amaral encontrava-se em viagem na quarta-feira, por isso não pode atender a reportagem, mas hoje deverá se manifestar sobre o tema.

O que diz o Ministério Público:

A resposta foi de que o levantamento técnico está em análise e a situação está sendo acompanhada e avaliada para determinar que medidas serão tomadas.

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Rodrigo

Quem fiscaliza o uso dessa verba pública?? Mais de um milhão de reais pra fazer essa estrutura TOSCA, mal feita,torta,… O ministério público deveria investigar isso,o uso desse dinheiro,que é nosso!!! É mto dinheiro pra uma porcaria dessa….mas na republiqueta das bananas …

Valdir Cardoso

Carnaval atrasado demais.
O certo é deixar pro ano q vem