Igreja Matriz: mais que um templo de fé, uma obra de arte da arquitetura gótica

102 anos de história: importante construção presente na memória individual e coletiva, assim como, na identidade cultural alegretense.

Igreja Matriz - Foto: Padre Pedro Navarro
Igreja Matriz - Foto: Padre Pedro Navarro

Desde a formação da cidade de Alegrete, suas bases estiveram intrinsecamente ligadas ao cristianismo católico. O primeiro templo religioso construído foi próximo às margens do rio Ibirapuitã. Atualmente, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida é um dos templos mais belos e admirados do Rio Grande do Sul, sendo considerado patrimônio religioso-cultural do município. Nesse sentido, se faz essencial resgatar a história centenária deste templo.

Em uma manhã cinzenta, fria e com bastante vento, características típicas do inverno, o atual pároco da Igreja Matriz, padre Pedro Navarro recebeu a equipe de reportagem na Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, para contar um pouco da história da centenária igreja e mostrar todos os detalhes desta belíssima construção.

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Com muito bom humor, o jovem e atencioso padre explica sobre a construção da paróquia que ocorreu a partir do ano de 1915 e foi finalizada em 1919. Em estilo gótico que, segundo explicação do pároco, significa elevar para Deus, a paróquia possui enorme riqueza de detalhes em sua construção e ornamentação, que proporcionam uma unidade harmoniosa, elegante e majestosa. Em seu interior, diversos trabalhos manuais em aço e madeira que, atualmente, são muito difíceis de encontrar quem os faça e que são verdadeiras obras de arte.

Padre Pedro Navarro
Padre Pedro Navarro

O templo, com o seu valor histórico, artístico, de identidade cultural e que está na memória individual e coletiva dos habitantes de Alegrete, tem a Lei de Tombamento do Conjunto da Igreja Matriz instituída desde 2019. Os bens a que se referem a lei de tombamento são: o templo principal, o salão paroquial e a casa paroquial, edificações que possuem grande relevância para a cidade.

História

Foto: arquivo Igreja Matriz

“E através das planuras do Pampa, certa feita, aportaram nestas plagas, lá pelas margens do Rio Inhanduí. Era o começo do Século XIX, por volta de 1811, em meio à amplitude do então chamado Território de Entre Rios” (Trecho do Livro Tombo). Na época, a posse das terras ainda era disputada por Portugal e Espanha e o povoado que se formava invocava a proteção de Maria Santíssima.

Como citado acima, a construção do templo da igreja católica iniciou em 1915 e levou quatro anos até sua conclusão. Anteriormente à construção da igreja como a conhecemos, assim que se formou o povoado na cidade, foi construída uma pequena capela que, posteriormente, foi devastada por um incêndio em um ataque.

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“As ‘guerras de fronteiras’ eram contínuas e um ataque fulminante dos espanhóis, em 16 de setembro de 1816, arrasou o povoado e criou a referência ‘Capela Queimada’” (Livro Tombo). Assim, com a destruição da capela existente, outra foi construída em um novo lugar, desta vez na zona central do município que se formava. A nova capela ganhou a denominação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete.

Após alguns anos da instalação dos freis carmelitas em Alegrete, foi identificada a necessidade de construção de um novo templo, que suprisse as demandas da época. Em 30 de setembro de 1915, com a benção do primeiro bispo diocesano de Uruguaiana, Dom Hermeto José Pinheiro, ocorreu o “Lançamento da Pedra Fundamental”, que marcou o início da construção da nova paróquia. Oriundo do convento carmelita de Santiago do Chile, o frei espanhol Cyrillo da Cruz foi o responsável pelo desenho das plantas, bem como, pela direção das obras.

Em março de 1919 foi realizada uma cerimônia, na qual o Bispo da Diocese, D. Hermento José Pinheiro, acompanhado do Frei Sigismundo de S. Luiz Gonzaga e demais religiosos da comunidade alegretense procederam a benção do templo. Segundo o Livro Tombo, a cerimônia foi realizada conforme Ritual Romano em que, primeiramente, os muros externos foram benzidos e, após, a parte interna.

Lateral da Igreja Matriz
Lateral da Igreja Matriz

No ano em que a construção do templo comemorou 25 anos, realizou-se uma homenagem ao frei que esteve à frente da construção da Igreja. Na ocasião, foi fixada uma pedra de mármore, na parede lateral direita, à entrada do átrio, com a seguinte inscrição: “Homenagem da Paróquia de Alegrete ao benemérito Carmelita Irmão Frei Cirilo da Cruz, construtor desta Igreja, no 25º aniversário de sua inauguração: 1919-1949”.

Homenagem ao frei Cirilo da Cruz
Homenagem ao frei Cirilo da Cruz

Em 1961, o contrato que estabelecia que os religiosos carmelitas ficariam 50 anos à frente da paróquia de Alegrete foi encerrado. Assim, a coordenação retornou aos padres diocesanos.

Desde 1816 até o presente momento, 54 padres já estiveram à frente da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida de Alegrete. Sendo o atual pároco, o padre Pedro Navarro de 28 anos, que está atuando na cidade desde fevereiro de 2020. O padre Pedro tem formação em teologia e filosofia e exerce a batina há dois anos.

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Templo em detalhes: uma visita guiada

“O material empregado é tudo de primeira qualidade: os alicerces descansam todos sobre pedra viva; a parte interna é toda armação de vigas de ferro com revestimento de concreto. O Templo consta de três naves, divididas entre si por duas séries de colunas, seis em cada lado, as quais sustentam todo o peso do edifício. A altura da nave central mede 14 metros, correspondendo 7 metros as laterais: as dimensões são 40 metros de comprimento por 16 de largura. Leva quatro entradas, sendo três na frente e uma no costado (lateral) e duas torres”, relato do Frei Sigismundo de São Luiz Gonzaga, extraído do Livro Tombo.

A parte externa é uma imponente construção em estilo gótico, com duas torres e o relógio. Em 2019, ano do seu centenário, foi realizada nova pintura na parte externa da Igreja. A cor azul terroso foi escolhida pela comunidade alegretense. Atualmente, a parte interna necessita de manutenção, sobretudo, na pintura que em alguns lugares está descascando. Além disso, para conservar este importante patrimônio histórico, cultural e religioso, é fundamental uma avaliação de todas as dependências do templo, como por exemplo, as escadas da torre dos sinos, que ao longo dos anos foram se deteriorando por serem de madeira. Padre Pedro menciona que já está conversando com a atual gestão da prefeitura para viabilizar algumas manutenções como a pintura interna.

Torre da Igreja Matriz. Foto: Padre Pedro Navarro
Torre da Igreja Matriz. Foto: Padre Pedro Navarro

As entradas: ornatos de talha e ferro batido

Cada entrada possui duas grandes portas em madeira, estilo francesas. Além disso, há trabalhos em aço. A primeira entrada (direção Calçadão – Igreja): no alto da porta, na bandeirola, há um trabalho em madeira entalhada, no qual está o brasão da República Riograndense; Na segunda porta, no alto da abertura está o brasão da Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Virgem do Carmo); Na terceira abertura, a bandeirola apresenta o escudo do Brasil. Dobrando a esquina, na quarta entrada (única da rua Vasco Alves), está um artístico escudo do Papa Bento XV.

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Os trabalhos nas bandeirolas são obras de arte, talhadas em madeira. Um trabalho que demanda muita paciência e técnica. As bandeirolas foram executadas pelos artistas espanhóis Francisco Ros e Henrique Castrillo, em Uruguaiana.

Bandeirola Igreja Matriz
Bandeirola Igreja Matriz – Brasão da República Riograndense
Bandeirola Igreja Matriz
Bandeirola Igreja Matriz – Escudo Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Bandeirola Igreja Matriz – Escudo do Brasil

Ao adentrar o espaço por uma das três portas da frente (Praça Getúlio Vargas), há o átrio, que consiste em um pequeno espaço feito de madeira, com duas portas laterais que dão acesso ao interior da igreja. O átrio, conforme descreve o padre, é um ambiente de purificação. Este, é um espaço intermediário entre o profano e o sagrado. Por isso, explica o pároco, há imagens de dragões (trabalhados em aço). Como elucida padre Pedro, ao passar pela porta, o fiel deixa pra trás o mundo profano e faz esta purificação no átrio, por meio da benção com água benta. Assim, a pessoa está pronta para adentrar no templo, deixando para trás aquilo que não é sagrado. Nesse sentido, os dragões representam esse processo que ocorre entre o profano, o sagrado e a purificação.

Igreja Matriz - Dragão em aço
Igreja Matriz – Dragão em aço
Trabalho de entalhe na porta da Igreja
Trabalho de entalhe na porta da Igreja
Interior da Igreja - átrio
Interior da Igreja – átrio

A torre: dos sinos e do relógio

Na parte da frente do templo, acima da porta do meio, há um vitral redondo. Padre Pedro convidou a reportagem para conhecer o lugar. Ao entrar e passar pelo átrio, nas laterais, existem portões de ferro com cadeados. No portão do lado esquerdo, ao abrir, nos deparamos com um pequeno espaço que possui uma escada caracol de ferro que dá acesso ao mezanino.

Portão interno Igreja Matriz
Portão interno Igreja Matriz
Placa portão interno da Igreja Matriz
Placa portão interno da Igreja Matriz

Lá de cima, a vista para o templo nos permite perceber ainda mais a sua grandiosidade. No mezanino há um órgão, muito antigo. Padre Pedro descreve sua vontade de vê-lo em funcionamento. Entretanto, ele está com uma peça estragada e, no momento, esta é uma peça que não se encontra mais. A esperança do padre é na tecnologia das impressoras 3d. “Ouvimos falar que, talvez, seria possível reproduzir esta peça em impressoras 3d. Quem sabe uma hora conseguimos?!”.

Mezanino Igreja Matriz - Órgão
Mezanino Igreja Matriz – Órgão

A partir deste espaço, visualizamos mais de perto o vitral central, redondo, com vários vitrais pequenos formando um círculo. Nas laterais do vitral, duas janelas. O padre conta que no verão, às 8 horas, o sol entra pelo vitral e segue até encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que fica na parte central do altar-mor. “É uma cena muito bonita de assistir”, afirma.

Vista do interior da Igreja a partir do mezanino
Vista do interior da Igreja a partir do mezanino

Também no mezanino, têm-se acesso a outra escada, desta vez de madeira, que por sua vez, dá acesso a uma porta simples de madeira, a qual é trancada com cadeado. Ao abrir, nos deparamos com a continuação da escada que dá acesso a um pequeno espaço, no qual há uma pequena e estreita escada de madeira e… chegamos aos famosos sinos. Espaço reduzido para movimentações, é cercado por janelas com grades. Neste dia, uma terça-feira que, já mencionei, era de muito vento, era possível sentir o vento e o frio da altura. Ao abrir a abertura da esquerda, uma linda vista, bem de pertinho, da outra torre. Pelas frestas da janela da frente, temos belos fragmentos da Praça Getúlio Vargas. Uma vista muito privilegiada. Os sinos, enormes e igualmente imponentes, possuem, aproximadamente 1 metro de altura. Um deles data de 1925 e o outro de 1927. Os dois foram construídos por uma empresa alemã GEG.V Bochumer Verein, Bochun. Padre Pedro relata a importância da conservação destes, pois nos dias atuais, é muito difícil o acesso a estas peças fundamentais para o templo.

Sino
Sino
Sino
Sino
Torre dos sinos
Torre dos sinos

O relógio, inaugurado em dezembro de 1951, foi oferecido pelo espanhol, residente em Alegrete, Joaquim Astrar (Galego Astrar). Este foi trazido da cidade de Vitoria, na Espanha.

Espaço principal

A construção da Igreja prezou pela simplicidade e harmonia dos detalhes, proporcionando uma unidade. Nas laterais, seis majestosas colunas de cada lado, remontadas por belos capiteis e separadas entre si por grandes arcos ogivais compõem a arquitetura e produzem o aspecto de uma construção nobre.

Interior Igreja Matriz
Interior Igreja Matriz

No alto da Igreja, catorze belos vitrais representando diversas imagens ornam o ambiente, tanto pelo interior, quanto pela parte de fora. Os vitrais foram oferecidos por famílias da cidade. O trabalho foi realizado em 1917 pelo artista espanhol D. Amadeo Vilella, que residia em Buenos Aires.

Vitrais
Vitrais
Interior da Igreja Matriz - Foto: Padre Pedro Navarro
Interior da Igreja Matriz – Foto: Padre Pedro Navarro

Contribuição de Betinha Freitas Valle da Silva, em 1934, foi inaugurada a Via Sacra. As obras foram executadas pelo escultor Bartolomeu Llul.

Via Sacra
Via Sacra
Via Sacra e confessionário
Via Sacra e confessionário

Retornando para o andar principal, o padre nos conduz até a parte central, ao fundo, onde está localizado o altar-mor. Os três altares existentes são feitos de madeira entalhada. O pároco descreve sobre o processo de montagem, que se deu como um quebra-cabeça, pois ele é feito de encaixes. “Todas as peças são feitas para se encaixarem perfeitamente”, explica. Este altar teve contribuição da família Freitas Valle, no ano de 1918. A imagem central deste altar, de Nossa Senhora Aparecida foi trazida de Barcelona, na Espanha.

Altar-mor

Nas laterais, duas portas. Ao fundo do altar, a partir da lateral esquerda, por meio de um estreito espaço, é possível ter acesso, por meio de outra escada, da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A vista de lá é igualmente bela. Por ser um espaço muito pequeno e estreito, apenas nossa fotógrafa teve acesso ao lugar. Ela fez alguns registros que você pode ver abaixo.

Vista de cima do altar
Vista de cima do altar
Vista de cima do altar - Foto: Padre Pedro Navarro
Vista de cima do altar – Foto: Padre Pedro Navarro
Imagem de Nossa Senhora Conceição Aparecida - peça central do altar-mor
Imagem de Nossa Senhora Conceição Aparecida – peça central do altar-mor

Ao descer as escadas do altar e nos posicionarmos em frente ao altar-mor, percebemos, nas laterais, outros dois altares. O altar do lado esquerdo é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Foi oferecido pela família Oliveira Macedo, em 1919. Do lado direito, o altar dedicado a Virgem do Carmo, um oferecimento da família Sá Dornelles, em 1918.

Interior da Igreja Matriz
Interior da Igreja Matriz
Oferecimento da família Sá Dornelles
Oferecimento da família Sá Dornelles
Oferecimento da família Freitas Valle
Oferecimento da família Freitas Valle
Interior da Igreja - altares
Interior da Igreja – altares

Próximo ao altar do Carmo, na parede norte da Igreja, está a imagem de Nossa Senhora da “Capela Queimada”, protegida do incêndio na antiga capela (que ficava no Inhanduí). “É uma relíquia que possui muita história” destaca padre Pedro. A imagem é protegida com vidro blindado.

Imagem Nossa Senhora da "Capela Queimada"
Imagem Nossa Senhora da “Capela Queimada”

Ao continuar caminhando pelo templo, é possível ver algumas janelas e diversas imagens adornando as paredes. Pela lateral esquerda, é possível ver, entre os bancos, a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida ao lado da imagem de Jesus Cristo deitado, próximo à cruz. Segundo o pároco, são duas das imagens mais visitadas pelos religiosos, superando até mesmo a histórica imagem de Nossa Senhora da “Capela Queimada”.

Imagem Nossa Senhora e Jesus
Imagem Nossa Senhora e Jesus

Dezenas de grandes bancos compõem o espaço destinado aos fiéis. Nas laterais e também ao centro, separados apenas pelo corredor principal e outros menores, além de algumas colunas. Retornando próximo ao átrio, perto do portão em que abrimos para acessar o mezanino, está um espaço muito utilizado, sobretudo, no passado: o confessionário, que hoje é muito mais um local de memória, de história, de origem e de conservação, do que utilizado para sua finalidade. É relevante destacar a percepção que se tem de como todos os elementos que, juntos possuem uma unicidade, estão harmonicamente ligados e fazem parte do estilo gótico da Igreja.

Interior da Igreja Matriz
Interior da Igreja Matriz
O toque do sino

Em vídeo, padre Pedro explica em que momentos o sino é tocado. Além disso, registramos o toque do sino como chamamento para uma cerimônia religiosa.

O público de fiéis

O pároco explica que o público que frequenta a Igreja Matriz é bem diversificado. Isso porque o templo religioso está localizado no centro do município, onde muitas pessoas transitam por ali diariamente. Padre Pedro que fez seu estágio nesta mesma igreja, descreve que percebeu uma mudança no perfil do público que está frequentando mais as cerimônias. O templo ainda é bastante procurado pelas mais diversas pessoas, porém recentemente há uma grande procura do público mais jovem. “No momento, é possível ver muitos jovens participando das missas, vindo procurar aconselhamento religioso, etc.”. O modo de pregação do religioso, assim como a sua idade, podem ser fatores que facilitam essa aproximação dos jovens com a religião e, em específico, com a igreja. O pároco destaca a importância de a fala do padre durante as missas estar alinhada ao contexto em que a comunidade está vivenciando.

Para finalizar, padre Pedro traz a seguinte reflexão: “O que Jesus faria nesta situação?”. A observação surge a partir do questionamento sobre a sociedade, as redes sociais e a propagação do ódio, inclusive utilizando o nome de Deus, fato esse que tem sido comumente visto na internet. Ele ainda lembra que o julgamento e o ódio são os piores pecados e que o caminho de e para Jesus sempre é o do acolhimento.

Fonte: Breve histórico sobre a edificação do nosso templo. Org. Adão Dornelles Faraco; Luiz Carlos de Mendonça Jr.; Padre Evandro Viana Carvalho; Câmara de Vereadores de Alegrete.

Laís Alende Prates

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Fray Juan

Poucas palavras sobre os freis Carmelitas que construíram a igreja e estiveram aí por 50 anos, dedicando a vida é trazendo toda arte da Espanha. Terminada a igreja foram “expulsos” pelo bispo.