Lelo, um desportista alegretense acima da média

Quirino Valério Gomes Carvalho, 52 anos, carinhosamente conhecido por Lelo, é um daqueles desportistas acima da média, por sua forte atuação ao longo do seu meio século de vida.

O alegretense é formado em Eletrotécnica é o 6º (sexto) filho de 10 (dez) de Ives José da Silva Carvalho, um dos grandes desportistas que Alegrete já teve e da líder comunitária Tereza Gomes Carvalho.

Lelo, como é conhecido, começou a jogar futebol aos 13 anos na escolinha do Estrela, em Alegrete, dirigida pelo treinador Olavo. Participou do EFIPAN jogando pela equipe do Aimoré aos 14 anos, sob coordenação do dirigente Geraldo Pinheiro. Aos 16 anos, mudou-se para a cidade catarinense de Tubarão, onde jogou por 2 anos na equipe do Hercílio Luz, sob o comando do treinador Ladinho (ex-lateral do Grêmio).

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Na época, foi emprestado para jogar na equipe da Frangosul, onde disputou o Campeonato Catarinense de futsal. Nas quadras catarinenses, o alegretense sofreu uma lesão grave durante as finais do catarinense, fraturando a mandíbula e tendo que interromper, por alguns anos, o sonho de se tornar um jogador profissional.

Em 1992, retornou a Alegrete para recuperação e logo voltou a praticar futsal. Atuando como goleiro, foi levado pelo treinador Ademir Lacerda (Pinga) ao Sete de Setembro, onde de 1994 a 2002, participou de grandes campanhas na Série Prata e Série Ouro do Gaúcho (Estadual).

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“No Sete, comecei jogando já na Série Ouro. Minha estreia foi em 1994 na apresentação da equipe do Sete de Setembro, contra a fortíssima equipe da Ser Itaqui com Choco e companhia. Com a lesão dos goleiros Picasso e Geovane, tive que ir para o gol sem ter muita experiência. Mesmo assim, saímos vitoriosos com uma boa atuação minha”, relembra.


“Na véspera do jogo, o Pinga chegou pra mim e disse: Lelo tudo contigo, ginásio lotado, eu tremia mais que taquara ao vento”, se diverte Quirino.
Ele conta que, o time do Sete tinha um grupo formado com pessoal de São Paulo, Minas e Fortaleza, além dos locais.

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No futebol amador, depois da estreia no Estrela do técnico Olavo, também jogou no segundo quadro do EC Pântano, sagrando-se campeão na categoria, por vários anos.
No primeiro quadro defendeu o E.C Ibirapuitã onde colecionou títulos nessa categoria em campeonatos municipais. No primeiro também atuou no Bangu e no Sindicato FC. Pelos Quarentinhas, Lelo jogou na equipe do Nacional onde foi bicampeão. Passando também por Sindicato, Honório Lemes, Centenário, Alvorada e Ibirapuitã.

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Na categoria de 50 anos, iniciei no Nacional com passagem pelo Tinga, e hoje defendo as cores do Nacional. Por diversas vezes, atuei nas competições do Sesc, sendo uma figura importante na equipe de futebol sete e fechando o gol no futsal.

Como um desportista nato, trabalho no futebol feminino desde 1999, como técnico. Em uma competição em Bagé, o Jirgs, saí campeão invicto com a equipe do Montenegro. Lá, encontrei a equipe feminina do Sete de Setembro, dirigida pelo professor Pavani, o mesmo que me deu a oportunidade para trabalhar com ele na equipe alvinegra, onde fui treinador de futebol feminino.

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No ano de 2000, fui convidado para comandar a equipe feminina da Afuncaal, e no primeiro ano já vencemos um torneio do Clube Juventude. Em 2003, fui para a cidade de Minasul, no estado de Goiás, onde me profissionalizei em eletrotécnica e ainda participei do Campeonato Goiano de futsal, pela equipe do Minasul futsal.

Em 2006, retornei para Alegrete e dois anos depois virei treinador da equipe masculina de futsal da Afuncaal, que iria disputar os jogos do EnesCoop na cidade de Ijuí, sendo campeão invicto, fechando o gol.

Em 2010, fui convidado pela atleta Andréia, a Déia, para comandar a equipe do Flamenguinho para jogar o Gauchão de campo, onde saímos vice-campeões do RS, perdendo para o Grêmio Porto-alegrense. No ano seguinte, com o direito de disputar a Copa do Brasil, enfrentamos grandes clubes. Com a criação da equipe de futsal feminina Star em 2014, fui convidado para ser treinador, participando de várias competições em Torres pelo Sesc.

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Atualmente, estou trabalhando com a equipe de futsal feminina Locomotiva FS, onde nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2024, disputamos em Torres o Gaúcho de futebol de areia, sagrando-nos campeões gaúchos de Futebol de areia. Lelo, figura ímpar no cenário do esporte em Alegrete, esbanja simpatia, simplicidade, resiliência e, sobretudo, humildade. Amigo fiel e conselheiro de grande parte das jovens que buscam o futebol como forma de lazer e meio de vida. Um campeão por natureza.

Confira o bate-papo com a reportagem:

PAT: Recentemente faturaste o título gaúcho de beach soccer no feminino. O que isto representa para ti e consequentemente para cidade ?
Digo por mim e pelas meninas. Com toda certeza, foi um feito muito importante. Como não temos quadra para treinar, nos superamos na vontade de trazer esse título para Alegrete. E a gente merece, temos grandes valores na cidade.

PAT: O futsal tem crescido regionalmente. Aqui em Alegrete não é diferente. No masculino tivemos um representante na Série Prata. O que falta para a cidade voltar a triunfar no cenário estadual ?

O futsal Alegretense tem que ser mais profissionalizado. Não podemos montar um time e fazer treino duas vezes na semana.

PAT: Numa avaliação geral. Como está o futebol feminino em Alegrete ?

Futsal feminino sempre foi o forte da cidade e hoje vem crescendo cada vez mais. Temos várias meninas despontando no cenário da modalidade.

PAT: Na tua concepção, por que Alegrete ainda não tem um ginásio municipal poliesportivo ?

O Ginásio municipal já era para ter sido construído anos atrás. Foram feitos grandes projetos para construção e na minha opinião a politicagem prejudicou muitas vezes.

PAT: Foste jogador de futsal, atuaste no campeonato amador, campeão gaúcho do Sesc no Beach Soccer masculino. Como tu avalias esse movimento local no futebol de campo com diversificadas competições em nível municipal ?

Nosso campeonato municipal de campo é um dos melhores da região. Nele participam jogadores de várias cidades, até estrangeiros. Nosso complexo de campos do Jockey Club é o melhor da região recebe mais de 500 pessoas aos sábados e poderia ser melhor se tivéssemos banheiro e água no local.

PAT: Qual o teu maior desejo para 2024 ?

Meu maior desejo é a construção do ginásio municipal para o crescimento do futsal alegretense. Com isso, voltaríamos a vivenciar jogos inesquecíveis, como tínhamos anos atrás.

Fotos: acervo pessoal

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