Mário, por que tanta selvageria?

A insensata saga de depredações na estátua do poeta Mário Quintana continua, mostrando um triste cenário de vandalismo que vem assolando a cidade de Alegrete.

Mais uma vez, o patrimônio cultural foi alvo de atos destrutivos, revelando uma falta de respeito e apreço pela história e cultura locais.

Polícia Civil confirma a identificação de ossadas encontradas em cemitério clandestino

A restauração recente da estátua, pelo artista plástico Rossini Rodrigues, na última sexta-feira(30), que se deslocou especialmente de São Borja para Alegrete com o objetivo de recuperar a escultura após outros episódios de vandalismo (olho, nariz e mão), mostra o esforço e a preocupação das autoridades e comunidade em preservar a memória do poeta. Infelizmente, mesmo assim, o patrimônio não está seguro, e as ações destrutivas persistem.

O ataque foi identificado pelo PAT, na noite de ontem, porém, devido ao horário, não foi possível acionar o setor responsável pelas câmeras de segurança, tornando difícil precisar o momento exato dessa nova investida após o conserto realizado na última sexta-feira. Também, não foi possível falar com o artista plástico que outrora já lamentou os ataques contra a obra.

O dedo do poeta, da mão que segura a bengala, foi arrancado, repetindo-se o mesmo dano sofrido anteriormente. Essa repetição de atos de vandalismo contra a estátua de Mário Quintana é lamentável e demonstra a falta de respeito pelo patrimônio público e pela memória do renomado escritor alegretense.

Agentes de Saúde estão chocados com a retirada de 20% de insalubridade dos salários

É importante ressaltar que, em 2024, nos 30 anos da morte de Quintana, a Prefeitura de Alegrete já anunciou a intenção de criar um monumento à altura da importância de Quintana.” O objetivo é homenagear o poeta e enriquecer a vida cultural do município. No entanto, ainda existem indivíduos “anti-Alegrete” que insistem em destruir o que foi adquirido e construído com recursos públicos”- destacou o secretário de educação Rui Medeiros, ao acompanhar o trabalho do artista Rossini.

Vandalismo é um crime que não apenas viola a integridade física do patrimônio, mas também causa prejuízos financeiros consideráveis. Cabe ressaltar que a obra da estátua foi feita com materiais resistentes, como um cimento especial, que leva em conta a ação do tempo, e uma substância em fibra. Apesar disso, a estátua já foi danificada quatro vezes, o que evidencia a necessidade de conscientização e respeito por parte da população.

Perfil hackeado, de pediatra, é usado para vender produtos eletroeletrônicos

Sobre:

A estátua de Mário Quintana foi inaugurada em novembro do ano passado, na Praça Getúlio Vargas, e desde então tem sido uma fonte de inspiração para muitos alegretenses e visitantes. Sentar ao lado do poeta ou tirar uma foto junto a ele representa um gesto de apreciação à sua obra e legado.

Mário Quintana, conhecido como o “poeta das coisas simples”, foi um escritor modernista, jornalista e tradutor brasileiro. Sua obra é considerada uma das mais importantes do século XX. Quintana escrevia de forma prolífica e discreta, afastando-se dos holofotes. Seu estilo irônico conferia um tom de comicidade mesmo a temas como a morte, o tempo e a perda da infância.

Descarte irregular de pelegos de ovelhas polui e causa mau cheiro no bairro José de Abreu

Em 1980, Mário Quintana recebeu o “Prêmio Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras (ABL), e no ano seguinte foi agraciado com o “Prêmio Jabuti” de Personalidade Literária do Ano. Seu primeiro livro, “A Rua dos Cataventos”, lançado em 1940, marcou o início de sua carreira como poeta, escritor e autor infantil. Essa obra é composta por um conjunto de sonetos, nos quais a cadência prosaica, a informalidade e os afetos se mesclam com a métrica, o ritmo e as rimas, criando um contraste inusitado entre forma e conteúdo.

O monitoramento constante por meio das câmeras e a colaboração da população são essenciais para evitar novos atos de vandalismo e garantir que o patrimônio cultural de Alegrete seja preservado para as gerações futuras.

Se inscrever
Notificar de
guest

2 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
José Atílio Pires da Silveira

Triste ver que muitos moradores de Alegrete preservam o mau hábito de destruir o patrimônio público. Nos anos 1970 a rua Bento Manoel foi pavimentada com paralelepípedos, nas calçadas foram plantadas espécies de árvores floridas que embelezavam a via. Num domingo de manhã elas amanheceram cortadas a facão. Precisamos desenvolver ações que valorizem os munícipes e promovam o apreço pelo lugar em que vivem.

Saragossa

Não acho correto vandalizar. Mas infelizmente, ele sempre falou mal de Alegrete.