Retrospectiva PAT| Os bons resultados, no segundo semestre, alavancam o agro em Alegrete

O fim de 2023 vem se aproximando e a reportagem do PAT, procurou fazer uma retrospectiva dos principais pontos que envolveram o agronegócio em Alegrete.

Um dos pilares da econômia, o agro é responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do Município. Na parte da rizicultura, houve um avanço importante em relação há anos anteriores. No primeiro semestre, um total de 47.044 hectares foram colhidos, com uma média de produtividade de 9.150 quilos. Com esses números Alegrete está entre os 4º maiores produtores de arroz do Estado.

lavoura destruida pela seca em Alegrete
lavoura destruida pela seca em Alegrete

O município de Alegrete, possui duas indústrias entre as 11 maiores beneficiadores do Estado. Na 7ª posição, a Pilecco Nobre Alimentos Ltda, registrou uma produção de 2 milhões 752 mil 280 sacos de 50 kg, totalizando 137.601 toneladas do grão. A Pilecco foi responsável por 2,48% de participação no mercado, acumulando um percentual de 41,95%.

Homem é alvejado por cinco tiros pelas costas em tentativa de execução em Alegrete

Em 11º no ranking das maiores está a Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda – CAAL, com 2 milhões 243 mil e 565 sacos de 50 kg, 112.178 toneladas do alimento. A CAAL alcançou cerca de 2,02% de participação e cravou um acumulado de 50,84% no mercado de beneficiamento no estado. Ao longo do segundo semestre, a preocupação com o plantio de 2024 acentuou-se, em virtude da forte influência que El Niño teve no RS. Diversas áreas do Município ficaram alagadas e com isso o atraso no plantio na safra seguinte ficou comprometida. Outro ponto importante ao longo de 2023, foi o preço do arroz que variou e acabou pesando no bolso do consumidor. O preço do pacote de 2kg de arroz, variou entre 10,50 e 12,99 em alguns estabelecimentos do município. Já a embalagem de 5kg variou entre 16,39 e 21,50 nos supermercados.

Antônio Amarante, um alegretense irrequieto por natureza, vive longe há quase 60 anos

Colheita de arroz em Alegrete
Colheita de arroz em Alegrete

Soja

Nos primeiros quatro meses do ano, a seca foi muito forte em Alegrete e prejudicou de maneira substancial o plantio da soja na região. Tiago Pedroso, engenheiro agrônomo da Emater, explicou que a soja foi plantada muito cedo e no período da colheita a perda da produção foi estimada em quase 50% das áreas, disse o gestor.

Já no segundo semestre, a expectativa de uma supersafra tomou conta dos produtores de soja. A reportagem do PAT entrevistou Leonardo Araújo, e ele apontou que com o avanço do El Niño as chuvas iriam ajudar muito com o desenvolvimento da plantação no período. Ao final de novembro, o número estimado de crescimento fechou em 10% e segue crescendo dia a dia até o fim da safra em maio de 2024. Nos primeiros meses, o preço do óleo de soja disparou expressivamente, com margens de até 40% sobre o valor agregado de tempos anteriores.

Bombeiros orientam sobre cuidados para banhos em arroios, barragens e rios

Boi

No começo de 2023, em virtude das secas que atingiram o Rio Grande do Sul, o preço do boi disparou. Em março, o valor do kg do animal estava variando entre R$ 9,00 e R$ 9,50, o maior desde 2018. Todos os que criam gado em Alegrete aguardam a chuva, porque ela é determinante para melhorar a situação dos campos e, por conseguinte, dos animais.

Gado em Alegrete
Gado em Alegrete

Sem chuva, açudes secam e os animais perdem peso e gado magro é bem difícil de comercializar. Os que podem dão algum suplemento para não prejudicar tanto o rebanho, comentou Josias Cardoso que trabalha de peão.

No segundo semestre, o preço do boi baixou e foi comercializado por volta de R$7,45 e R$7,62. Em decorrência do alto volume de chuva que atingiu Alegrete, as pastagens floresceram e os açudes encheram e puderam contribuir com esse declínio no preço agregado do animal.

Expofeira

A feira, que desde sua primeira edição em 1912 busca a vanguarda genética e destaca animais de excelência em suas respectivas raças, teve em 2023 sua maior edição. Segundo o Sindicato Rural, milhares de pessoas passaram pelo Parque Lauro Dorneles durante os dias de exposição, esse grande fluxo de movimento foi principalmente pela não cobrança de entrada no evento, fato inédito em sua história.

Desgarrado da querência, Carlos Henrique leva no coração doces lembranças e ensinamentos

O presidente do Sindicato Rural, Luiz Plastina Gomes, comemorou o sucesso da feira, mas expressou sua preocupação com o futuro do agronegócio. Ele destacou os esforços do sindicato em oferecer novidades, como a entrada franca, a parceria com a Fundação Maronna, a Agrotec em conjunto com a Unipampa, palestras de qualidade e máquinas sofisticadas para colheitas abundantes. No entanto, ele alertou para as ameaças mercadológicas e climáticas que rondam o setor, incluindo questões políticas, como a insegurança jurídica e incursões na área fiscal.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários