Ainda guri, Antero foi levado pelo avô Antero Safons, aos bailes e algumas atividades do centro de tradição.
O sonho do tradicionalista era que ele tocasse gaita, tanto que chegou a oferecer o instrumento ao neto, que apenas deu uns acordes. Quis o destino, que Antero fosse atraído pelo som da bateria dos conjuntos que visitavam o CTG do avô.
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Hoje com 33 anos, ele relembra que aos 4 anos já ensaiava os primeiros som das baquetas. Incentivado pelo amigo e também baterista Mano Fontoura, Antero em 2004, integrou a banda de rock intitulada The Dooleys, composta pelos amigos da Jardim Planalto. Safons trabalhou na antiga boate Hangar, quando funcionava na Venâncio. Fazia o trabalho de fotógrafo das festas, e assistia shows de bateristas que se apresentavam na casa noturna.
Em 2017, foi parar na banda do cantor Hemerson Mendonça, onde é o baterista da banda. Trabalha numa auto elétrica no centro da cidade e já tocou em trabalhos do músico Gui Mendes entre outras gravações com músicos da cidade.
Em 2019, recebeu o prêmio de instrumentista destaque, e por ironia do destino não pode participar do FAC 2023, por compromissos assumidos com a banda. Antes de pegar a estrada para shows no fim de semana, o baterista bateu um papo com a reportagem. Confira:
Portal: Qual a maior dificuldade para aprender tocar bateria ?
Acredito que assim como muitos músicos quando se está aprendendo, é a falta do instrumento em casa para estudar. Sou autodidata, mas as aulas que tive com o Mano Fontoura, grande músico e professor, fizeram toda a diferença e claro tem que ter muita dedicação, procuro sempre me aprimorar.
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Portal: Como era tua primeira bateria. Qual a melhor lembrança quando guri ?
Minha primeira bateria não era das melhores. Lembro que quando ganhei ela no Natal, fui tocar e quebrou o pedal (risos). Meus pais não acreditavam que eu daria continuidade, já que tive um teclado e não levei a sério. A lembrança de guri com a música, foi a banda de garagem que formamos: Eu, Kauê Sitó, Juliano Cassol e Thiago Lima (na casa dos meus pais). Forcejávamos com cubo de guitarra e baixo, da Bento Manoel até a Jardim Planalto. Deixávamos os vizinhos enlouquecidos com o barulho. Fase muito boa, que trazem sempre boas recordações.
Portal: O que significou para ti ser o instrumentista destaque do FAC 2019 ?
Primeiramente fiquei muito surpreso quando falaram meu nome. Mas fiquei muito orgulhoso e agradecido por ter ganhado o instrumentista destaque do FAC, entre tantos músicos maravilhosos os quais tenho muita admiração. Agradeço ao Zolá Duarte, por acreditar no meu trabalho. Sem dúvida a música que defendemos ajudou, (O Compositor) e todos que participaram dela mereciam ser “destaque “, pois todos dedicaram-se em torna-la uma bela composição. Bom, não foi à toa que ganhamos o primeiro lugar com está música.
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Portal: O que mudou de lá pra cá?
Hoje já voltamos “ao normal” mas infelizmente passamos por uma fase, que foi a pandemia e não foi nada fácil para ninguém. Para os músicos foi horrível, pois fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar. Ficamos sem tocar por 2 anos. Tivemos muitas perdas no meio musical. E muitos que viviam só da música tiveram que se reinventa. Eu, gracas a Deus, além da música tenho uma auto elétrica, que precisei fechar a oficina apenas alguns dias. No momento, sigo conciliando a oficina e a música, tocando em eventos como: campereada, semana Farroupilha, festas particulares e outros.
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Portal: Como músico instrumentista, qual a importância do Festival Alegretense da Canção?
O FAC é um aprendizado, pois se trata de um festival que integra muitos músicos e compositores.
O Festival Alegretense da Canção é uma vitrine para nós músicos, nele podemos expressar nossa vocação musical, além de ser a integração dos colegas músicos com a sociedade alegretense e um incentivo aos jovens ao caminho da música.
Portal: Já trabalhaste com vários músicos, atualmente integras a banda do Hemerson Mendonça. Qual o teu maior sonho como baterista?
Sim, hoje não integro somente a banda do HM, toco também com o Gui Mendes, João Maria e Buda Melo. Meu sonho, é tocar em grandes festivais, conhecer alguns de meus ídolos, como João Barone, Serginho Herval, Fred Castro, entre outros ícones da bateria.
Portal: Qual o maior legado que o teu avô Antero Safons deixou, além do teu nome?
Meu avô deixou um grande legado, de honestidade e honra. Todos que o conheceram, falam nele com muito respeito e com boas recordações. Tenho muito orgulho de ser neto de um grande homem tradicionalista.
Portal: Existe algum ritmo musical mais difícil, ou mais fácil para tocar bateria?Qual o teu preferido?
Não há ritmo fácil ou dificil, todos eles exigem estudo e dedicação. Os favoritos são o Rock, Pop Rock e Samba Rock.
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Portal: Se tu tivesses que incentivar outros músicos que querem ser bateristas. Qual seria a mensagem ou dica valiosa do Antero?
Não só bateria, mas qualquer instrumento tem que ter dedicação, humildade e amor no que se faz, no caso tocar. Por mais que você não toque seu estilo musical, procure sempre aprender ritmos variados, seja eclético, pois isso fará você ampliar seu conhecimento, e quem sabe fazer a diferença. Deixo meu agradecimento, primeiramente à Deus, ao Portal Alegrete Tudo, aos amigos músicos (não vou citar nomes pois poderei esquecer de alguém) a meus familiares e amigos. Principalmente ao meu pai Miguel Fontoura (in memorian) minha mãe Ana Carla Safons e minha noiva Camila Ribeiro.
Fotos: reprodução