Semana do Trabalhador | Camelódromo acumula memórias afetivas de seus trabalhadores

Na semana do trabalhador, o PAT buscou relatos dos trabalhadores da cidade, Omar Fernandez é o representante do camelódromo.

Os vendedores ambulantes, popularmente conhecidos como camelôs, surgiram com a crise, a escassa oferta de trabalho fez com que muitas pessoas recorressem ao comércio de produtos de baixo custo ou importados.

Os compradores, por sua vez, procuravam artigos que não fossem tão caros quanto os dos lojistas, mas que tivessem qualidade. Com o tempo, os camelódromos modificaram e vendem desde artigos de luxo e “verdadeiros” até os mais em conta e importados. Na verdade, um diferencial é o atendimento personalizado dos vendedores, sempre simpáticos e dispostos a atender. Alegrete possui um amplo e diverso camelódromo, junto à Praça Nova, local em que Omar Fernandez, de 32 anos, trabalha desde a adolescência, quando ajudava seus familiares nos atendimentos.

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Ele relembra que tem boas lembranças desse tempo, mesmo acreditando que este não é seu ofício ideal, porém se orgulha por tudo o que conquistou naquele espaço, principalmente sua mãe, que deu um bom salto com o comércio e construiu uma casa com esforço e dedicação. Há 17 anos no ramo, Fernandez também tem projetos na área musical, além de fazer lives no Twitch, serviço de streaming exclusivo para gamers. Ele relata que no seu dia a dia desempenha atividades como atender clientes, aquisição de produtos, organização do ambiente e estudo de softwares necessários para funções do próprio empreendimento.

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O comerciante não se preocupa com o que parece um espaço pequeno na sua banca, “No meu ramo o espaço é amplo, em uma banca 3×3 você pode usar a criatividade para se sobressair. Eu acho que é uma boa forma de começar, além disso, com pouco dinheiro”, comenta. Em relação à realidade financeira, frisa “os camelódromos são lugares flexíveis, se você vem com foco, não tem por que dar errado, como em todo negócio tem que usar a cabeça”. Um dos momentos mais impactantes para Omar foi ter que parar quase dois anos por conta da pandemia, enquanto grandes lojas funcionavam, ocorreu a queda das vendas em sua banca, inclusive sua mãe ficou doente, o que acentuou o momento difícil.

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Quando o PAT perguntou sobre suas recordações, ele narra que em meados do ano 93, a praça foi liberada para os vendedores ambulantes, desde pequeno ele estava absorvendo e aprendendo, observando os pais trabalharem, “Quando eu olho para a praça sempre vem uma nostalgia, aquele sentimento bom e a certeza de que estou vivendo bem o meu presente”. Para quem deseja conhecer melhor a banca, pode seguir no Instagram @bOx_10, Omar também fala de seus produtos no @see_omar .

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