Passado um ano e quatro meses, ele e a esposa Juliana Correa Dorneles, que também é fotógrafo visitaram o local para mais uma sessão de fotos naquele que era o maior cartão postal natural do município.
Era uma sexta-feira, 14 de maio de 2021, quando a passagem, na localidade de Cerro do Tigre, que havia sido esculpida por processos de erosão, ruiu.
“Eu tinha 12 anos, quando levado pelos meus pais conheci a ponte de pedra do Tigre. Lá se vão 50 anos e lembro como se fosse hoje o meu encantamento de guri quando fiz a minha primeira escalada”, relembra o profissional.
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Durante esses anos ele até perdeu a conta de quantas vezes retornou aquele local, seja a passeio ou a trabalho, fotografando ou filmando. Santierri conta que quando começou a fotografar profissionalmente e realizar seus projetos, teve a oportunidade de fazer inúmeros registros fotográficos e observações que chamaram a atenção como a infiltração da chuva, erosão, rachaduras, desgaste natural da ação da chuva e vento, somados ao grande número de visitantes que através das redes sociais tomaram conhecimento daquela maravilha.
Foi então que levou a preocupação ao Poder Público, Vereadores e até para o Compahca, mas nada fizeram.
“Faltou atitude. Não é uma crítica, mas uma constatação. Certamente as visitas indiscriminadas colaboraram para que a estrutura infelizmente não resistisse à força da gravidade”, resignasse o alegretense.
Ele adverte que não é preciso ser geólogo para constatar o que certamente estava prestes a acontecer.
Foi então que passado mais de um ano, criou coragem para ir lá ver o resultado do desastre. Acompanhado da esposa Juliana, resolveram fazer um registro do Bioma escondido no Cerro do Tigre.
“A primeira impressão foi de uma imensa tristeza e enorme vazio. Olhando o vão do que antes fora a majestosa ponte natural e toneladas de enormes pedras ao fundo. As lágrimas foram inevitáveis”, conta.
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Mas o alegretense é resistente e hoje ele pede que preservem o Cerro para que o maravilhoso Bioma que lá se desenvolveu seja preservado. “Aves, insetos e plantas de uma beleza indescritível merecem a vida sem serem perturbados pela ação do homem”, destaca.
A formação que ficava dentro de uma propriedade particular, foi clicada pelas lentes dos profissionais, que observaram o entorno com suas belezas naturais, o bioma pampa registrada pela primeira vez após a ponte desabar.
As imagens falam por si, e passado esse tempo nada foi feito para proteger o local. Não existe uma placa de advertência, já que em menos número, seguem as visitações naquele cartão postal que não foi explorado nem cuidado pelas autoridades.
Fotos: Juliana e Marco Santierri