Artista plástico, autor da estátua de Mário Quintana, está impressionado com o nível de vandalismo em Alegrete

Desde que foi inaugurada, a estátua do poeta Mário Quintana já foi alvo de vandalismo por três vezes.

A obra foi feita pelo artística plástico Rossini Rodrigues, que virá a Alegrete nas próximas semanas para restaurá-la. Ele concedeu uma entrevista ao PAT onde lamentou o ocorrido.

Ele disse que foram 15 dias em Alegrete e o trabalho foi minucioso para que o ‘Quintana’, tivesse a sua mais perfeita originalidade em relação aos traços.

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O artista que reside em São Borja fez, inclusive, um comparativo, onde falou das obras naquele Município, algumas com mais de 10 anos que jamais sofreram ações de vândalos.

Ele enfatizou que a obra é feita com um material que é muito resistente, um cimento, contudo, nada semelhante ao comum, usado em construção, pois ele já pensou na ação do tempo, por isso, uma substância em fibra também é aplicada(Cimento estrutural, sílica e fibras de polipropileno).

De forma que impressiona, nem mesmo a divulgação das câmeras que flagraram a ação de menores, foi motivo para impedir mais um ato de destruição.

Conforme informações apuradas pelo PAT, a Polícia Civil abriu um inquérito para verificar possível crime de dano qualificado.

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A estátua foi inaugurada em novembro do ano passado, no dia 13 e fica localizada na Praça Getúlio Vargas. Mário continua sendo uma grande inspiração para muitos alegretenses e visitantes que fazem questão de uma foto ou de sentar ao lado do poeta, entretanto, não deixou de ser alvo da ira e do vandalismo.

O último dano foi na noite de domingo quando teve o dedo de uma das mãos quebrado. A Secretaria de Segurança Pública, Mobilidade e Cidadania registrou boletim de ocorrência na polícia um dia depois do ocorrido.

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Tudo indica que os suspeitos sejam menores e, diante a elucidação do vandalismo, eles deverão ser ouvidos, na DP, acompanhados dos responsáveis

Daniel Rosso, secretário de Segurança Pública, Mobilidade e Cidadania acrescenta que são reprováveis todos os atos de vandalismo.

A primeira ocorrência de vandalismo foi no dia 3 de janeiro deste ano, quando a estátua teve o olho danificado. A segunda foi no dia 9 do mesmo mês, quando o nariz foi quebrado.

Sobre:

Mario Quintana, conhecido como o “poeta das coisas simples”, foi um escritor modernista, jornalista e tradutor brasileiro. Ele é considerado um dos maiores poetas do século XX. Quintana escrevia de maneira prolífica e silenciosa, mantendo-se distante dos holofotes. Seu estilo irônico dava certo tom de comicidade à sua obra, mesmo com temas como a morte, o tempo, e a ideia de infância perdida.

Em 1980, Mario recebeu o “Prêmio Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras (ABL). No ano seguinte, o poeta recebeu o “Prêmio Jabuti” de Personalidade Literária do Ano.

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Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de várias poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.

A obra trata-se de um livro de sonetos, em que a cadência prosaica, cheia de informalidade e índices afetivos, programaticamente ressaltados pelo poeta, são moldados pela métrica, pelo ritmo e pelas rimas, produzindo um contraste inusitado entre forma e fundo, entre a matéria (movente) e o tratamento artístico (fixo) que Quintana lhe dedica. O conjunto de 35 sonetos reunidos em ‘A rua dos cataventos’ expressa várias das preferências temáticas do autor e muitos dos motivos que serão recorrentes ao longo de toda a sua produção

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Augusto

O vandalismo aí é original, pelo fato de terem instalado esta bela obra num dos locais com a calçada super mal conservada, cheia de remendos.

Sérgio

Seria interessante aplicar uma multa referente ao valor da restauração aos pais dos vândalos. Isso deve ser coibido com total veemência.