Outubro Rosa| Uma família marcada pelo estigma do câncer

Nesta quinta-feira (19), é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama.

No mês internacional de conscientização sobre o câncer de mama, o PAT traz a história de Rosi Andrade, uma mulher de 49 anos que personifica resiliência e fé em sua batalha contra a doença. Sua história é um testemunho de coragem, marcada pelo carinho que encontrou em meio às adversidades. A alegretense tem de aura cativante.

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A trajetória de Rosi é entrelaçada com o câncer. Sua avó materna sucumbiu à doença, seguida por sua mãe, diagnosticada em 2013, e, em 2019, foi a vez dela enfrentar o diagnóstico. “Contudo, no meu caso, o médico afirmou que não era hereditário, mas sim hormonal”, esclarece. O câncer tocou sua vida de perto quando seu pai enfrentou o câncer de próstata em 2011, falecendo em 2022 devido a complicações da Covid-19.

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A jornada de Rosi começou com o pai, seguiu com a mãe e culminou nela mesma. Todos receberam cuidados da oncologia em Uruguaiana. Durante o tratamento, contaram com o apoio crucial da secretaria de saúde do município e, especialmente, da Liga de Combate ao Câncer de Alegrete.

Rosi elogia o papel vital desempenhado pela Liga em suas vidas. “Minha mãe está bem. Durante meu tratamento, ela sofreu um infarto, mas se recuperou. Tenho apenas gratidão pelo que a Liga fez por nós, minha família e por mim. A relevância dessa instituição só é compreendida quando estamos lá, seja por nós mesmos ou por nossos entes queridos. Faço um apelo para que empresas e pessoas generosas contribuam com doações. Muitas pessoas encontram na Liga o suporte necessário nesses momentos cruciais”, ressalta Rosi.

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A descoberta e a batalha: carinho como bússola

Rosi relembra que fazia acompanhamento regular através de mamografias e nunca havia detectado qualquer indício de um nódulo. No entanto, em setembro de 2017, ela sentiu uma leve coceira no seio e notou um pequeno caroço. Apesar de um primeiro exame não acusar nada, Rosi decidiu persistir e procurou o oncologista Eduardo Monteiro Pereira da Costa em 2018. “Naquele momento, quando o médico iluminou a minha mama e diagnosticou o câncer, fui informada de que precisava de cirurgia urgente. Em 5 de novembro, retirei sete nódulos na axila e um nódulo no seio. Não posso negar que, naquele momento, senti que o chão se abria sob meus pés. No entanto, o Dr. Eduardo foi um verdadeiro anjo, e tudo correu bem. Passei por oito sessões de quimioterapia e quatro de radioterapia. Durante todo esse processo, meu esposo, Ceciliano Antunes, esteve ao meu lado, oferecendo um apoio essencial. Além disso, senti as orações de todas as pessoas que me amam. O apoio e o carinho foram fundamentais. Em Uruguaiana, o Dr. Moisés Costa foi um médico muito especial.

A queda de cabelo, por exemplo, trouxe desafios adicionais. “Passei por situações em que as pessoas riam, debochavam. Isso é delicado. Nunca me incomodei, mas penso naquelas que sofrem com ações negativas. Falta consideração e amor ao próximo”, lamenta.

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“Quando pedia pela cura em minhas orações, sempre desejava poder ajudar os outros, mostrar o quão preciosa é a vida e o quão relevante é viver o presente. Minha mensagem para todas as mulheres é que devem buscar saber sempre que algo estiver errado. Eu insisti, fui obstinada, e é por isso que estou aqui hoje, porque, nas mamografias, não apareceu nada de errado”, ressalta Rosi. “No entanto, isso não é uma regra. Eu tinha um sintoma, mas a razão por trás disso não foi revelada. Continuo fazendo exames e acompanhamentos regularmente.”

O período de tratamento foi incrivelmente desafiador. Muitas vezes ao chegar à clínica em Uruguaiana, sentia a ausência de amigos que infelizmente não estavam mais lá ou estavam internados na UTI era uma experiência emocionalmente avassaladora – lembrou.

O valor da Liga e um sonho de esperança

Rosi destaca a importância da Liga de Combate ao Câncer de Alegrete. “Ela é vital para centenas de pessoas. Precisamos valorizar esse trabalho. Meu sonho é que um dia a oncologia aqui seja acessível a todos pelo SUS”, expressa. Ela destaca profunda gratidão à Dra. Maria Elcina Dinapoli antiga patroa e ao Dr. Jorge Antônio Lopes Oliveira, atual patrão do esposo, figuras essenciais em sua jornada. “Eles foram anjos”, afirma.

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A história de Rosi é um lembrete poderoso de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a resiliência e a fé podem iluminar o caminho. Em meio ao desafio da doença, ela encontrou não apenas força interior, mas também a compaixão de pessoas e instituições dedicadas a oferecer amor e apoio. Que sua jornada inspire outros a enfrentarem suas próprias batalhas com coragem, confiança e, acima de tudo, carinho.

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