Alegretense que tentou tirar a própria vida, atualmente ajuda outras pessoas depressivas

A força da mulher está em várias reportagens especiais realizadas pelo PAT.

Tati Plena

Entre os contatos feitos pelo PAT, uma história de muita fé, coragem e desafios da alegretense Tatiane Medina que, hoje, reside em Santa Catarina.

No mês da mulher essa pauta vai abordar também, a batalha de vencer a depressão. Tati como é carinhosamente chamada, ressaltou que espera inspirar outras mulheres que podem pensar que estão sozinhas ou estão com dificuldades de se identificarem com alguém.

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“A depressão ainda é um tabu muito grande. Eu tentei suicídio e hoje estou vivendo meu propósito aqui em Santa Catarina” – descreveu.

Tati, o noivo e a cachorrinha
Tati, o noivo e a cachorrinha

A alegretense que foi entrevistada pelo WhatsApp, inicia descrevendo que recebeu o diagnóstico de depressão e TAG (Transtorno de ansiedade generalizada) aos 15 anos, e pontua que, ainda, hoje, o tema é pouco discutido, naquele período era muito menos.

“As pessoas não entendiam e os anos foram passando e eu sempre ouvia a famosa frase “mas você tem tudo, como pode estar assim?”- enfatiza.

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Tati segue a narrativa, citando que, por muito tempo tentou viver como se não tivesse nada, como se tivesse tudo bem, pois as pessoas acabam, inclusive quem tem TAG, com o diagnóstico e os sentimentos, muitas vezes, se culpando o tempo todo.


Em 2021, aos 27 anos, mesmo estudando, saindo com amigos, viajando, curtindo a vida, ela chegou no fundo do poço por falta de um acompanhamento adequado, pois a doença não tem cura, e foi aí que tentou tirar a própria vida. Ela acordou 10 dias depois em uma UTI, sem lembrar de nada.

Tati - quando percebeu que a pulseira estava- risco de vida
Tati – quando percebeu que a pulseira estava- risco de vida


Quando os médicos falaram o motivo de estar na UTI, ela não acreditava, não conseguia imaginar que tinha feito algo contra minha própria vida, e eu só sabia chorar e pedir perdão para a mãe que ficou com ela o tempo todo.

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Tati - quando saiu da UTI para o quarto
Tati – quando saiu da UTI para o quarto


“Minha família foi essencial para minha recuperação, se não fosse por eles, eu não sei se teria conseguido.
Minha mãe, Joana Dorneles, ficou todos os dias ao meu lado, me mostrando que eu era forte e que passaríamos por aquilo juntas, ela foi gigante”- testemunhou.

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Tati fez um retiro e quando voltou deu seu depoimento para mais de 300 mulheres
Tati fez um retiro e quando voltou deu seu depoimento para mais de 300 mulheres


A depressão ainda é um tabu para todos e as pessoas não entendem que é uma doença, julgam como se fosse “frescura, querer chamar atenção”, mas é preciso vencer o preconceito, pois a depressão é uma doença que as pessoas não levam a sério. A diferença é que muitos que estão passando não sabem dizer onde dói, pois é a alma que dói – complementa.


Atualmente, Tati mantém o acompanhamento, vai ao psiquiatra, faz uso de medicações e terapia, desta forma, acrescenta ter uma vida normal, quase sem crises.

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“Estou noiva de um cara incrível, o Juliano Lourenço que também é de Alegrete e estamos com o casamento marcado, ele tem sido meu apoio e já reconhece quando as crises estão próximas, intervindo antes que fiquem mais agressivas.
Trabalho com decoração residencial de Alto Padrão aqui em Itapema – SC em uma das lojas de referência no ramo, estou no último ano da faculdade de Psicologia e quero ajudar as pessoas de uma forma que nunca me senti ajudada antes da tentativa”- pontua.

Tati,a mãe e o sobrinho que foi fazer companhia quando ela saiu do hospital
Tati,a mãe e o sobrinho que foi fazer companhia quando ela saiu do hospital


A futura psicóloga cita que o caminho não é fácil, mas o intuito de fazer a declaração sobre o seu caso, ao PAT, é mostrar para quem passa por isso, não está sozinho e é preciso falar, não ter vergonha de pedir ajuda, além disso, a rede de apoio é primordial para a recuperação.

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“Recebo mensagens todos os dias por meio do Instagram de pessoas que se identificam com minha história e pedem para que eu fale mais sobre o assunto, que isso alertaria muita gente.
Todos podemos vencer a depressão, mas precisamos dar o primeiro passo, sermos ouvidos e não sermos julgados”- concluiu.

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