Ritinha precisa de uma cadeira de rodas, por dois dias, para ser muito feliz

Atualizando: pouco tempo depois da divulgação, Ritinha conseguiu a cadeira. Ela agradece a todos de coração.

Ritinha

Minha segunda paixão, meu segundo amor, pois o primeiro é a minha família, é com toda certeza a Mocidade Independente da Cidade Alta (MICA). Há mais de 30 anos eu trabalho na escola, faço tudo o que é preciso e o meu maior desejo, meu grande sonho é entrar na Avenida nesta sexta e no sábado(1º) – falou muito emocionada -Rita de Cássia dos Santos.

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Aos 55 anos, Ritinha como é carinhosamente chamada, está com muita dificuldade de locomoção. Ao falar com o PAT, ela disse que sempre foi gordinha, esteve acima do peso, contudo na pandemia teve um aumento e tudo se agravou com a Covid. Hoje, ela não consegue ficar muito tempo em pé e a locomoção é apenas em distâncias muito curtas. Abaixo do joelho, devido ao inchaço, tem várias lesões e isso prejudica muito a permanência por muito tempo em pé.

Apaixonada pela escola, Ritinha falou muito emocionada do bingo que realizou na última semana, em que a quadra ficou lotada e foram mais de 60 rodadas. Ela é coordenadora da Velha Guarda e também responsável por mais três alas – Afro – Porção e Magia e Doendes. “Estou na escola há mais de 30 anos e, desde que começou o movimento estou nessa luta com muita dedicação e orgulho, nos dias que eu não posso caminhar, tenho meu celular como aliado e, com ele resolvo muita coisa, além disso, também, faço bordados, pinturas, costuras, entre tantas outras coisa. Aqui, somos uma equipe e tenho muita ajuda, a minha dificuldade é apenas locomoção e isso eu tenho o apoio, com aqueles que têm carro. Mas, meu sonho, é passar na Avenida, eu vou sofrer muito se não conseguir fazer isso”- falou chorando.

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Ritinha destacou que, se alguém tiver qualquer cadeira de rodas que possa emprestar nas duas noites, os integrantes da escola de samba vão até o local, buscam e levam. Se tiver que levar de manhã, tem quem faça isso. A única coisa é que eu preciso de uma cadeira de rodas que suporte o peso acima de 100Kg. Eu vou ser a pessoa mais feliz do mundo. Serei eternamente grata”- concluiu emocionada.

A compreensão por que tanta gente se empenha tão apaixonadamente em uma atividade não remunerada, muitas vezes com vigor superior ao destinado ao emprego que provê o sustento é em decorrência ao amor desenvolvido junto à comunidade carnavalesca diante do senso de pertencimento.

Da ala mirim à velha guarda, as agremiações de carnaval tratam o trabalho de forma especial. A dedicação é enorme, pois existe a consciência de que fazer bem é fundamental para o sucesso. ” Manter a velha guarda é uma maneira de homenagear quem se dedicou por tanto tempo e muitas pessoas ainda estão aqui. Os experientes  têm o papel de inspirar os jovens, pois têm histórias de muitos carnavais para contar.

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Quem tiver uma cadeira de rodas disponível e não vai usar, empreste para Ritinha realizar esse grande sonho. Ela é daquelas que dedica-se de alma e coração à escola, seu contato 55 99906-0398. Os amigos também criaram uma hashtag no instagram – CadeiraDeRodasParaRitinha.

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