Mercado dos carros usados vive período de expectativa e incertezas

A indústria automotiva ainda passa por desafios relevantes. E como tudo está sempre interligado, é o consumidor que, no fim de toda a cadeia, acaba sentindo os reflexos no bolso com maior impacto.

Só que, pela primeira vez desde o início da pandemia, a situação promete arrefecer, especialmente no mercado dos carros usados.

Na última coletiva de imprensa da Anfavea, realizada na sexta-feira (6), o presidente Márcio de Lima Leite expôs grande preocupação da indústria acerca do aumento de impostos (entre eles, o ICMS), já decretados por 12 estados. Isso afeta diretamente os preços dos automóveis, das peças, e o quanto sobra no fim do mês.

Só que nos EUA, a consultoria de investimentos do banco J.P. Morgan fez um relatório que afirma que os preços dos carros usados devem cair entre 10% e 20% em 2023.

Mas a pergunta que fica é: e quanto ao Brasil? Apesar dos pesares, as esperanças estão renovadas em 2023. Ainda que o cenário se mantenha desafiador, tanto no âmbito econômico, quanto no fiscal e na retomada da oferta de componentes (como chips e semicondutores), especialistas defendem uma inflexão.

Ou seja, os preços vão, agora, mirar para baixo. Vale lembrar que a variação de preços dos carros usados costuma ser mais agressiva do que a que ocorre entre os zero km. Sendo assim, quando os novos encarecem, os usados aumentam ainda mais em valores percentuais.

A reportagem do PAT foi ver na prática como está o mercado de carros usados no município. Para o empresário Eleandro Vila Verde, da Vila Verde Multimarcas, os preços devem se manter. Não acredita numa imediata redução de valores.

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Com um mercado bem aquecido, Vila Verde busca atender a demanda da clientela, e diz que a fipe estava subindo e agora que ela estabilizou, alguns modelos de carros deram uma baixada e outros se mantiveram, mas afirma que é complicado falar o que vai acontecer daqui para frente.

Já, Márcio Morin, da Morin Multimarcas reitera que os valores devem se manter. Embora adiante que a suba no 0km impacta diretamente nos carros usados. O empresário revela que nos últimos dois anos foram de subas desenfreadas.

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Num comparativo de mercado hoje, os valores estão 15% acima que essa mesma época em 2022, avalia Morin. “É um verdadeiro termômetro, o mercado de usados para reduzir os preços tem que baixar o carro zero quilômetro”, explica.

Para Diego Vezzozi da Garage Multimarcas, de uma forma generalizada os preços podem baixar. Ele destaca que alguns modelos e marcas se mantém no preço de mercado. Por outro lado, o empresário diz que houve uma frequente redução nos valores de veículos a diesel, porém diminuiu a procura devido ao alto custo do combustível.

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“Os carros a gasolina tem mantido seu valor de mercado e a procura segue na sua normalidade. Mas varia muito de acordo com modelos e marcas”, destaca.

Ao certo, a expectativa dos lojistas é que com a estabilização nos preços dos carros zero km, haverá sim, redução de preços dos automóveis usados. Em termos de preço, ainda que os usados não voltem aos patamares pré-pandemia, deverá devolver boa parte da alta de 2021-2022 e os automóveis novos tendem a ficar com preços estabilizados mesmo com a queda de preços de alguns insumos.

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Segundo alguns especialistas em investimentos, se o novo governo não criar muito estresse, a alta pode ser de 5 a 10% na venda de automóveis novos, pois ainda existe uma demanda reprimida de alguns modelos e o patamar de vendas ainda está 20% abaixo de 2019, pré COVID. Com mais carros no mercado, haverá mais oferta para suprir a demanda. Isso derruba os preços.

Fotos: reprodução

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